Sobrevivente de ataque terrorista em Bruxelas opta por eutanásia: 'me sinto como um fantasma'

Shanti de Corte, uma jovem de 23 anos que sobreviveu ao ataque terrorista de Bruxelas, em 2016, optou por fazer uma eutanásia para acabar com seu sofrimento psicológico, seis anos após o ataque. Ela foi diagnosticada com depressão severa e tinha ataques de pânico constantes.

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No dia 22 de março de 2016, uma ação terrorista suicida causou a morte de mais de 30 pessoas, em Bruxelas, na Bélgica, após pelo menos três homens-bomba detonarem os seus explosivos no aeroporto e no metrô da cidade. Além das vítimas fatais, mais de 250 pessoas ficaram feridas. O ataque foi reivindicado pelo grupo extremista Estado Islâmico. 

Shanti estava no aeroporto com amigos da escola no momento da explosão. Ela conseguiu fugir do local sem ferimentos. Entretanto, a jovem passou a frequentar um hospital psiquiátrico para reabilitação, além de tomar antidepressivos. A mãe de Shanti, em entrevista para o canal belga VRT, contou que a jovem tentou se suicidar em 2018 e 2020.

Shanti de Corte morreu aos 23 anos, no dia 7 de maio (@Limportant_fr/Twitter)

No início de 2022, a jovem decidiu realizar a eutanásia, procedimento legal na Bélgica, para casos em que o individuo esteja em estado de sofrimento físico e/ou psíquico insuportável, devido a uma doença grave ou incurável. Ela alegou em seu pedido “sofrimento psiquiátrico insuportável”.

Após o atentado, jovem nunca mais se sentiu segura

Marielle, mãe da jovem, conta que o dia do atentado realmente “quebrou” a jovem, que nunca mais se sentiu segura. “Ela não queria ir a nenhum lugar onde outras pessoas estivessem, por medo. Ela também tinha ataques de pânico frequentes e nunca se livrou disso”, contou a mãe.

No dia 7 de maio deste ano, a jovem morreu, após avaliação psiquiátrica. Em uma publicação, Shanti falou sobre antidepressivos e sua condição psicológica: “Recebo até 11 antidepressivos por dia. Eu não poderia viver sem isso. Com todos os remédios que tomo, me sinto como um fantasma que não sente mais nada. Talvez houvesse outras soluções além dos remédios”, disse. 

(Estagiário Gabriel Mansur, sob supervisão da coordenadora de OLiberal.com, Heloá Canali)