Pesquisa aponta que vacinação contra covid-19 pode atrasar ciclo menstrual

Em média e em comparação aos ciclos anteriores à vacinação, a menstruação de pessoas vacinadas atrasou um dia após cada dose

O Liberal

Um estudo publicado nesta quinta-feira (6) no periódico americano Obstetrics & Gynecology afirma que os ciclos menstruais de mulheres podem mudar depois da vacinação contra o coronavírus. As informações foram divulgadas pela Folha de São Paulo.

Realizado por pesquisadores da Oregon Health & Science University e da Warren Alpert Medical School da Brown University, em cooperação com o aplicativo Natural Cycles, este é o primeiro estudo a provar cientificamente a validade dos relatos de diversas pessoas que notaram a mudança após a vacina.

Os pesquisadores analisaram as informações de quase 4.000 mulheres usuárias do aplicativo Natural Cycles, sendo 2.400 destas vacinadas contra o coronavírus e cerca de 1.550 não vacinadas. Todas eram residentes nos Estados Unidos, na faixa etária entre 18 e 45 anos, e que monitoraram suas menstruações há pelo menos seis meses.

Os pesquisadores analisaram, em cada caso, os três ciclos menstruais anteriores e os três posteriores à vacina para identificar alterações, comparando as informações das mulheres vacinadas com as das participantes não vacinadas.

Em muitos casos, a vacinação foi associada a menos de um dia de atraso na duração do ciclo menstrual após cada uma das duas doses de vacina, em comparação com os ciclos anteriores à vacinação. O atraso se deu somente no tempo de espera da menstruação, mas o fluxo menstrual em si não se estendeu por mais dias que o normal. No caso de mulheres que receberam as duas doses da vacina no mesmo ciclo menstrual, o atraso foi maior, durando em média dois dias. Em todas as participantes, o efeito foi passageiro, retornando ao normal em no máximo dois meses. O grupo não vacinado não apresentou alterações significativas ao longo dos seis meses.

Porém, segundo a Dra. Alison Edelman, professora de ginecologia e obstetrícia na Oregon Health & Science University e principal autora do estudo, algumas das mulheres analisadas tiveram, após a vacinação, ciclos que duraram oito dias a mais que o normal, algo que é considerado significativo.

O jornal New York Times também questionou a amostra da pesquisa, afirmando que esta não foi representativa e, portanto, não pode ser generalizada para a população como um todo. Segundo o jornal, os dados usados no estudo foram fornecidos por um aplicativo de celular cujas usuárias são na maioria brancas, mais magras que a média das mulheres americanas, que não usam contraceptivos hormonais e que têm nível de instrução superior à média nacional, detalhes que podem por em dúvida a qualidade epistemológica da pesquisa.

Hugh Taylor, médico diretor do departamento de obstetrícia, ginecologia e ciências reprodutivas da Escola Yale de Medicina, reforçou em entrevista ao New York Times que as alterações relatadas não são danosas ou permanentes. "Queremos dissuadir as pessoas de acreditar nos mitos falsos que circulam aí fora sobre efeitos sobre a fertilidade. Um ou dois ciclos em que a menstruação difere um pouco do habitual podem ser irritantes, mas não vão prejudicar ninguém de maneira médica", disse. Porém, o médico alertou que mulheres na pós-menopausa que apresentam sangramento vaginal, mesmo que leve, após serem vacinadas ou não, podem estar com uma condição séria e devem procurar avaliação médica.

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