Milei diz que dolarização da Argentina só acontecerá quando Banco Central for fechado
O presidente do país considera que o BC é "um dos principais mecanismos pelos quais os políticos roubam os cidadãos, da forma mais grosseira e violenta"

Uma eventual dolarização da economia argentina só deve acontecer após fechamento do Banco Central do país, segundo o presidente Javier Milei. Mas, para que isso aconteça, segundo ele, a equipe econômica está trabalhando em entregar várias reformas, em especial a do sistema financeiro do país.
Em discurso no Fórum Econômico Internacional das Américas na última semana, Milei disse que quer integrar o formato dos bancos ao mercado de capitais, para que a Argentina possa migrar para um "sistema bancário livre", além de mandatar a lei de não emissão monetária. "Consideramos que a senhoriagem é crime, é roubo, é falsificação, é fraude. Emitir dinheiro é uma farsa", disse o presidente.
O objetivo por trás de reformar o sistema financeiro é, justamente, fechar o Banco Central do país, como ele mesmo explicou em entrevista à "CNN en Español", que foi ao ar neste domingo (31). Isso reafirma uma de suas principais promessas de campanha. Ele considera que o BC é "um dos principais mecanismos pelos quais os políticos roubam os cidadãos, da forma mais grosseira e violenta".
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A substituição da moeda oficial da Argentina, peso, por uma moeda internacional, como o dólar, portanto, só seria possível após o ajuste dessas questões, segundo Milei. Não necessariamente, ainda de acordo com ele, o país será dolarizado neste processo, mas que é a própria população quem vai escolher qual moeda melhor atende as necessidades comerciais e sociais do país.
"A realidade é que não falamos estritamente sobre a dolarização. Sempre falamos sobre competição cambial. E, nesta competição cambial, se for imposta uma moeda, a moeda que vai ser imposta, devido às preferências dos argentinos, é muito provável que seja o dólar", disse. Milei afirmou não acreditar que a dolarização aconteça antes das eleições legislativas do meio de 2025.
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