Mãe teme pela segurança da filha paraense, que mora perto da Crimeia

Larissa Synyebok tem uma filha de 8 anos, também natural de Belém. Ela foi orientada pela Embaixada a permanecer em casa.

Enize Vidigal, O Liberal
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Desde a madrugada desta quinta-feira, 24, quando tropas russas iniciaram a invasão da Ucrânia, a arquiteta paraense Núbia Esteves, de 55 anos, tem mantido contato telefônico com a filha Larissa Synyebok, de 32 anos, natural de Belém, que reside ao sul da Ucrânia, no estado de Kherson, perto da Crimeia, região que sofreu bombardeios. Larissa é casada com o ucraniano Oleksander Synyebok, ambos são marítimos, e possuem uma filha que também nasceu em Belém, Alícia, de 8 anos.

“Consegui falar com a Larissa umas 23h30 (da quarta-feira, 23), lá, eram 3h. A gente ficou a madrugada inteira conversando com o bombardeio rolando na Crimeia. Ela conseguia ouvir e me narrava”, conta Núbia. Larissa já contatou a Embaixada do Brasil, que fica no Norte do país, na capital Kiev, distante 12 horas, mas ela não se sente segura em atravessar o território sozinha com a filha de carro. “Ela pode ter o carro roubado ou o dinheiro da comida, ser violentada…” Mãe e filha não autorizaram o uso de foto do rosto  delas na matéria.

“Ali tá sendo bem perigoso. Começou o bombardeio na capital do estado, que também se chama Kherson. A embaixada orientou a ficar na casa dela porque os alvos civis estão sendo poupados pelos russos até o momento”, conta Núbia. Caso Larissa decida sair de casa, não poderá ir junto com o marido. Um decreto do governo ucraniano convoca todos os homens de 18 a 60 anos a irem para guerra. “Ele é 2o tenente da reserva da Marinha Mercante, ele já tá convocado e não sabe quando vai. Temo por eles”, descreve Núbia. 

Larissa e Sasha se conheceram embarcados. Ele é engenheiro eletricista de navio e fala pouco o português. “Eles se casaram em Belém, onde eles moraram por alguns meses até a Alícia nascer. Mas ele não se adaptou ao calor”, recorda Núbia. 

Atualmente, o casal reside no último andar de um prédio de cinco andares. Para garantir a proteção da família, Oleksander, comprou um porão reforçado debaixo do prédio, uma espécie de ‘bunker’, para abrigar a família e vizinhos em caso de necessidade. O local já está abastecido com medicamentos e alimentos para sobreviverem no local por um período, caso necessário.

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