Kamala telefona para Trump, que a acusa de incitar violência contra ele
O candidato republicano sustenta que o suspeito do suposto atentado contra ele "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Kamala "e agiu em consequência" dela
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, retomou nesta terça-feira (17/9) sua campanha eleitoral, acusando a adversária, Kamala Harris, de incitar a violência contra ele.
A vice de Joe Biden teve uma conversa telefônica "breve e cordial" com Trump, em que expressou sua gratidão por ele ter se salvado de uma segunda suposta tentativa de assassinato, informou a Casa Branca.
"Disse a ele o que declarei publicamente: não há lugar para a violência política em nosso país", informou Kamala, em entrevista à Associação Nacional de Jornalistas Negros.
Trump diz que o suspeito do suposto atentado contra ele "acreditou na retórica" do presidente Joe Biden e de Kamala "e agiu em consequência" dela.
O candidato republicano vai participar hoje de um ato na cidade de Flint, afetada pela crise do setor automotivo e tristemente conhecida por um enorme escândalo de contaminação da água potável com chumbo.
Trump e Kamala percorrem os estados eleitorais-chave no momento em que a democrata aparece com uma leve vantagem nas pesquisas de opinião.
"Se observarmos as pesquisas feitas após o debate eleitoral e as de antes, a dinâmica em favor de Kamala é clara", publicou hoje um especialista do site Five Thirty Eight, que agrega e analisa pesquisas, ressaltando que a diferença entre os dois é apertada.
Kamala é apoiada por artistas influentes, aos quais se somou hoje a cantora pop Billie Eilish. Em sua entrevista na Filadélfia, a candidata condenou o papel de Trump na divulgação da mentira de que imigrantes haitianos comem cães e gatos em uma pequena cidade do Ohio onde se sucedem ameaças de bomba e o fechamento de locais públicos.
"É um verdadeiro escândalo", denunciou a democrata, acrescentando que "a responsabilidade de ser presidente dos Estados Unidos" é incompatível com "esse tipo de discurso de ódio".
A vice-presidente baseia seu programa em poucos pontos: a promessa de uma "nova geração" e um "novo caminho" para o país, uma economia centrada na classe média e a proteção das liberdades fundamentais, incluindo o direito ao aborto.
Kamala condenou nesta terça-feira as leis restritivas sobre interrupção voluntária da gravidez nos Estados Unidos, após a publicação de um artigo do meio ProPublica sobre a morte de uma mulher de 28 anos na Geórgia (sul) porque não lhe fizeram uma curetagem a tempo.
"Essa jovem mãe deveria estar viva, criando seu filho e correndo atrás de seu sonho" de estudar enfermagem, afirmou.
Segundo o ProPublica, que consultou documentos confidenciais, esta é a primeira morte "evitável" desde que, em 2022, a Suprema Corte, com maioria conservadora, principalmente desde o mandato de Trump, deixou a cargo de cada estado legislar sobre o direito ao aborto.
"Tensão extrema"
Trump sobreviveu em julho a uma tentativa de assassinato, quando um homem armado abriu fogo contra ele durante um comício na Pensilvânia.
No último domingo, o republicano estava em seu clube de golfe na Flórida quando agentes do Serviço Secreto "abriram fogo contra um homem armado" que estava próximo ao local. Trata-se de Ryan Routh, um americano de 58 anos.
Routh estava armado com um fuzil com mira telescópica e um equipamento de gravação de vídeo, mas, segundo a polícia, não disparou contra Trump. O homem fugiu do local, mas foi preso pouco depois.
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