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Japão envia caças para área próxima a Taiwan após identificar drone chinês sobrevoando a região

Estadão Conteúdo

O Ministério da Defesa do Japão anunciou nesta segunda-feira, 17, que enviou caças da Força Aérea de Autodefesa do Japão para uma região próxima a Taiwan após identificar um drone chinês que sobrevoava a área entre a ilha japonesa de Yonaguni e o território taiwanês no sábado, 15.

O anúncio ocorre em um momento de tensão entre Tóquio e Pequim, que começou há 10 dias, quando a primeira-ministra do Japão, Sanae Takaichi, eleita há menos de um mês, afirmou que um bloqueio naval ou outras ações da China contra Taiwan poderiam justificar uma resposta militar japonesa.

"Se envolver o uso de navios de guerra e ações militares, poderá, sem dúvida, tornar-se uma situação de risco de vida", disse Sanae em depoimento à uma comissão parlamentar no dia 7 de novembro.

Após a repercussão da fala, a primeira-ministra recusou-se a fazer uma retratação, mas disse aos parlamentares que evitaria falar sobre cenários específicos no futuro. Sanae é apoiadora de Taiwan e vê a China como uma ameaça crescente. Ela, inclusive, ordenou a aceleração dos planos para aumentar os gastos militares do Japão.

A reação chinesa aos comentários foi negativa. O cônsul-geral da China em Osaka, Xue Jian, disse no dia 8 de novembro em uma publicação no X que "o pescoço sujo que se intromete deve ser cortado". A publicação foi apagada, após ser vista como uma acusação de que Sanae tivesse interferido em algo que a China considera como um assunto interno. O ministro das Relações Exteriores do Japão, Toshimitsu Motegi, classificou a publicação como "extremamente inadequada".

Na última quinta-feira, 13, o Ministério das Relações Exteriores da China convocou o embaixador do Japão para adverti-lo contra qualquer interferência em Taiwan. No dia seguinte, o Ministério das Relações Exteriores do Japão convocou o embaixador da China em Tóquio para reclamar da publicação de Jian.

Na sexta-feira, 14, a Embaixada da China no Japão recomendou que os cidadãos chineses evitassem visitar o território japonês. "Recentemente, líderes japoneses fizeram declarações abertamente provocativas sobre Taiwan, o que prejudicou seriamente o ambiente para o intercâmbio entre os povos", afirmou a embaixada em uma publicação no X.

"O Ministério das Relações Exteriores e a Embaixada e Consulados da China no Japão alertam solenemente os cidadãos chineses para que evitem viajar ao Japão em um futuro próximo", disse. "Os cidadãos chineses que já se encontram no Japão devem monitorar atentamente a situação de segurança local, estar atentos às precauções de segurança e reforçar sua autoproteção."

Cerca de 7,5 milhões de turistas chineses visitaram o Japão nos primeiros nove meses deste ano, o maior número entre todos os países e cerca de um quarto do total de turistas.

Em resposta ao posicionamento chinês, o secretário-chefe do Gabinete do Japão, Minoru Kihara, disse no sábado que o apelo de Pequim é "incompatível com a promoção de uma relação estratégica e mutuamente benéfica".

No dia seguinte, Kihara afirmou que navios da Guarda Costeira da China passaram várias horas em águas japonesas ao redor das disputadas Ilhas Senkaku, conhecidas na China como Diaoyu.

Em meio à tensão entre os dois países asiáticos, as ações das empresas japonesas de turismo e comércio registraram queda expressiva nesta segunda-feira, 17, na Bolsa de Tóquio.

As ações da empresa de cosméticos Shiseido caíram 11,4%, enquanto os títulos do grupo varejista Takashimaya recuaram 6% e a Fast Retailing, proprietária da Uniqlo, perdeu quase 6%. Por sua vez, as ações da Japan Airlines recuaram 3,4%, apesar de não terem sido registrados cancelamentos significativos de voos entre os países.

Para tentar reverter a situação, o secretário para Assuntos da Ásia-Pacífico do Ministério das Relações Exteriores do Japão, Masaaki Kanai, chegou nesta segunda-feira à China, onde deve conversar com o diretor-geral do Departamento de Assuntos Asiáticos do Ministério das Relações Exteriores chinês, Liu Jinsong.

*Com informações de agências internacionais.

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