G7: Lula vai abordar conflitos e alertar sobre transição energética em Cúpula sem Trump
Lula deve reafirmar suas posições globais em falas curtas e moderadas, em um palanque esvaziado após a saída de Donald Trump, em meio à crise entre Israel e Irã.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve reforçar a preocupação com a escalada de conflitos no Oriente Médio, que têm pressionado os preços do petróleo no mercado internacional, e alertar para a urgência da agenda de transição energética — pauta importante para o Brasil e tema central da Cúpula do G7, que chega ao seu último dia no Canadá.
Ele deve reafirmar suas posições globais em falas curtas e moderadas, sem citar diretamente outros países, num palanque esvaziado após a saída antecipada do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, diante do agravamento da crise entre Israel e Irã.
“Qualquer conflito me preocupa. Eu sou um homem que nasci para a paz. Em um momento em que o mundo está precisando de recursos para transição energética, para combater a miséria no mundo, obviamente que o conflito me incomoda profundamente, e é isso que eu quero falar um pouco amanhã", disse Lula ao chegar ao hotel onde está hospedado no Canadá, na noite de segunda-feira (16).
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O discurso do presidente está previsto para esta terça-feira (17), entre 15h e 17h (horário de Brasília). Segundo assessores, ele deve fazer pelo menos duas intervenções rápidas. A fala foi finalizada ainda na noite de segunda-feira, no próprio hotel.
Segundo uma fonte ouvida sob condição de anonimato, Lula pretende “dar seus recados” com uma “postura linear”, sem tom agressivo ou menções diretas a outros líderes. Ele também deve aproveitar o momento para reforçar o convite aos países do G7 e a outras lideranças internacionais para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada em Belém, no Pará, em novembro.
Lula e os presidentes de outras nações convidadas participarão da cerimônia de boas-vindas aos chefes de Estado e de Governo do segmento de engajamento externo e de dirigentes de organizações internacionais. A cerimônia começa às 14h (horário de Brasília), três horas à frente do horário local.
Na sequência, o petista participará de um almoço de trabalho com o tema central “segurança energética”, ao lado de líderes do G7, convidados e representantes de organizações internacionais, ocasião em que fará sua intervenção.
Lula também deve realizar reuniões bilaterais às margens da cúpula, incluindo um encontro com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, que busca apoio internacional diante da guerra contra a Rússia. Outros compromissos confirmados incluem reuniões com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz.
A equipe do presidente ainda articulava, até a noite de segunda-feira, encontros com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e com o novo líder da Coreia do Sul, Lee Jae-myung. Lula deve retornar ao Brasil nesta terça-feira (17), às 21h30 (horário de Brasília), após uma breve passagem pelo Canadá, pressionado pela agenda doméstica.
IOF fora da pauta
Na segunda-feira, Lula evitou comentar a derrota do governo na Câmara dos Deputados sobre o novo decreto relacionado ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). Por 346 votos a 97, os parlamentares aprovaram a urgência do projeto de decreto legislativo que susta os efeitos da medida do governo.
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