EUA registram primeiro caso humano da variante H5N5 da gripe aviária
Autoridades investigam origem da infecção em idosa de Washington; risco à população é considerado baixo
Autoridades de saúde dos Estados Unidos confirmaram o primeiro caso humano da variante H5N5 da gripe aviária, um subtipo do vírus influenza A que nunca havia sido registrado em pessoas. A paciente, uma idosa que vive no Condado de Grays Harbor, em Washington, foi hospitalizada após apresentar febre alta, confusão mental e dificuldade respiratória. O caso foi divulgado pelo Departamento de Saúde estadual nesta sexta-feira (14/11).
De acordo com o comunicado oficial, ainda não há informação sobre a forma como a paciente contraiu o vírus. A idosa mantinha uma pequena criação de galinhas de espécies variadas, e as autoridades investigam possíveis exposições a aves infectadas. A prioridade no momento é identificar eventuais novos casos na região e verificar a presença do vírus em animais domésticos ou silvestres.
Apesar da rápida progressão dos sintomas, o governo local informou que a paciente está estável e segue em monitoramento por equipes estaduais e nacionais. O Departamento de Saúde do Estado de Washington reforça que o risco para a população em geral permanece baixo, já que não há registro de transmissão entre humanos em nenhuma das variantes conhecidas da gripe aviária, incluindo a H5N5 e a mais comum H5N1.
A gripe aviária é uma infecção viral altamente contagiosa entre aves, capaz de causar dificuldade respiratória, secreções, espirros, desorientação, diarreia e alta mortalidade. Em humanos, embora rara, a doença está associada principalmente ao contato direto com animais contaminados. Por isso, criadores de pequenos plantéis têm recebido orientações de segurança, como uso de luvas, máscaras, proteção ocular e roupas impermeáveis durante o manejo.
Especialistas alertam, no entanto, que a detecção inédita do H5N5 em humanos exige atenção contínua das autoridades. “Não há motivo para alarme imediato, a gripe aviária não se transmite de forma eficiente entre humanos e os casos em aves, por si só, não representam risco direto à população geral. No entanto, subestimar a presença do vírus seria um erro. Precisamos acompanhar com atenção, testar sempre que houver suspeita e reforçar barreiras de contato”, afirma o infectologista Klinger Soares Faíco Filho.
A orientação também inclui evitar o contato com animais selvagens, vivos ou mortos, e não consumir alimentos crus, como leite caseiro não pasteurizado. Conforme o governo americano, a vacinação sazonal contra a gripe ajuda a reduzir o risco de adoecimento grave e pode oferecer certa proteção adicional.
A investigação sobre a origem da infecção segue em andamento.
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