El Niño finalmente chega ao fim após ondas de calor, segundo o Serviço de Meteorologia da Austrália
Oceano Pacífico retornou à fase neutra após recorde de calor em todo o planeta. Uma La Niña, o oposto do El Niño, pode se formar nos próximos meses

O Serviço de Meteorologia da Austrália confirmou, nesta terça-feira (16) o fim do El Niño, um dos eventos climáticos mais temidos do mundo. O boletim do serviço australiano indica que o Oceano Pacífico retornou à fase neutra, que deve perdurar por maio e julho. Segundo os meteorologistas, há grande chance de que a La Niña, fenômeno oposto ao El Niño, se forme a partir de agosto deste ano.
Associado às mudanças climáticas, o El Niño causou recordes de calor em todo o planeta, além de chuvas e secas devastadoras. Apesar do fim do evento, os meteorologistas alertam que o Pacífico ainda está quente e seus efeitos podem ser sentidos nas próximas semanas. Além disso, a atmosfera levará algum tempo para reagir às mudanças no oceano. O esfriamento de muitas regiões também pode não ser significativo, pois o Oceano Atlântico segue extremamente quente e seu aquecimento não está relacionado ao El Niño.
A Agência de Oceanos e Atmosfera dos Estados Unidos (NOAA), referência mundial no monitoramento do El Niño, ainda não confirmou oficialmente o fim do fenômeno. O serviço australiano, no entanto, afirma que ele "terminou e os modelos climáticos indicam que o Pacífico seguirá neutro até julho".
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O clima global, porém, permanece extremamente instável, com condições que podem mudar subitamente. As temperaturas globais da superfície dos oceanos são as maiores já registradas, desde abril de 2023 até março de 2024. "Esse aquecimento global dos mares afeta o padrão típico da superfície do mar associado à variabilidade do El Niño. Como as condições atuais nunca foram observadas, as projeções de como o El Niño e a La Niña devem se comportar em 2024 baseadas em eventos passados podem não ser confiáveis", destaca uma nota do serviço australiano.
Chegada da La Niña
Com o fim do El Niño, a La Niña se prepara para entrar em cena a partir de agosto. O novo evento climático é conhecido por inverter a região de predomínio de secas e chuvas em relação ao evento climático anterior. No Brasil, o El Niño costuma trazer chuvas intensas ao Sul e provocar seca na região Norte, enquanto a La Niña provoca o inverso: chuvas intensas no Norte e Nordeste e estiagem na região Sul.
A previsão é que a La Niña se inicie em agosto deste ano, invertendo o padrão de secas e chuvas dos últimos meses. É importante lembrar que, mesmo com o fim do El Niño, o clima global ainda está instável e sujeito a mudanças bruscas.
*(Hannah Franco, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Heloá Canali, coordenadora de OLiberal.com)
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