Democratas na Câmara dos EUA receberão mais evidências de investigação de Mueller

O comitê não receberá uma versão completa do relatório, mas terá acesso a anotações e outras provas

Reuters
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Os democratas do Congresso dos Estados Unidos conseguiram um raro acordo para investigar o presidente Donald Trump, com o Departamento de Justiça norte-americano aceitando disponibilizar mais evidências obtidas na investigação do procurador especial Robert Mueller.

O compromisso, uma incomum concessão de Trump em sua campanha de bloqueio contra os democratas da Câmara, aconteceu pouco antes de um painel da Casa ter recebido o depoimento de mais de quatro horas de John Dean, uma figura histórica do caso Watergate.

Antes de Dean falar ao Comitê Judiciário da Câmara, Trump aproveitou a oportunidade para criticar o ex-assessor da Casa Branca no governo Richard Nixon, chamando-o de "advogado sujo" no Twitter. Nixon renunciou à Presidência após um escândalo em 1974.

Dean disse ao painel que haviam semelhanças entre o relatório investigativo de Mueller, publicado de maneira parcial em meados de abril, e um documento de 1974, conhecido como o Mapa de Watergate, no qual um procurador especial apresentava o caso contra Nixon. "Mueller disponibilizou um mapa a esse comitê", disse Dean, que foi parte de um painel de testemunhas. 

O relatório de Mueller concluiu que a Rússia interferiu nas eleições presidenciais norte-americanas de 2016 e que a campanha eleitoral de Trump tinha múltiplos contatos com autoridades russas. Mas o relatório encontrou evidências insuficientes para estabelecer uma conspiração entre a campanha e o governo de Moscou.

O relatório também indicava 10 momentos nos quais Trump tentou interferir na investigação de Mueller mas se recusou a emitir um julgamento sobre se aquilo representaria obstrução de justiça.

Como parte dos esforços para revelar mais das descobertas de Mueller, o presidente do Comitê Judiciário Jerrold Nadler anunciou que seu painel receberá algumas das evidências relacionadas às tentativas de Trump de interferir na investigação de Mueller por meio do Departamento de Justiça.

O comitê não receberá uma versão completa sem censuras do relatório de Mueller com o acordo, disse Nadler, que é do Partido Democrata. Mas os parlamentares receberão acesso a anotações e outras evidências, incluindo "relatos de primeira-mão de má conduta", disse Nadler no início da audiência.

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