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Covid-19: subvariante da Ômicron volta a afetar os pulmões, aponta estudo

Estudo feito por universidade japonesa mostra que a BA.2 não fica apenas nas vias aéreas superiores

Hamilton Braga
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Se houve quem dissesse que a Ômicron poderia ser o “fim da pandemia”, pois desenvolvia quadros mais brandos em quem já havia sido plenamente vacinado, a subvariante BA.2 volta a ter características de cepas mais antigas como a Delta, especialmente tendo como alvos os pulmões, indicando que o fim da pandemia pode estar longe.

Um estudo foi desenvolvido por pesquisadores japoneses das universidades de Tóquio, Kumamoto, Hokkaido e Kyoto. Os cientistas descobriram, com testes em ratos, que a subvariante da Ômicron BA.2 é mais agressiva que a cepa original, a BA.1.

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Entre as conclusões do estudo, ainda não revisado por pares (ou seja, sem a validação de outros cientistas e instituições), está o indicativo de que as cargas virais da BA.2 nos pulmões de camundongos foram "significativamente maiores" do que as da primeira Ômicron, que estamos enfrentando no Brasil.

Autoridades de saúde dinamarquesas estimam que BA.2 pode ser 1,5 vez mais transmissível do que BA.1. Mas, dados preliminares da Dinamarca indicava que “provavelmente” a subvariante não causa doença mais grave, o que é derrubado por estudo no Japão.

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A Ômicron que se espalha no Brasil, a BA.1, é conhecida por afetar principalmente as vias aéreas superiores, poupando em grande parte os pulmões, o que fez com que menos pacientes desenvolvessem pneumonia, resultando em menos mortes. Mas esse estudo japonês mostra que a subvariante BA.2 infecta também as células dos pulmões.

“O novo estudo sugere que talvez a BA.2 tenha todas as características ruins da BA.1, mas também as que ela não tinha. Por exemplo, essa facilidade de infectar o pulmão como outras variantes anteriores faziam, em especial a Delta. Muitas pessoas morriam em decorrência da pneumonia desenvolvida pela infecção”, explicou ao Globo o médico Salmo Raskin, geneticista e diretor do Laboratório Genetika, de Curitiba.

Qual a capacidade de reprodução da BA.2?

Além dessa capacidade de afetar as células dos pulmões, a BA.2 tem a capacidade de reprodução, em comparação com a original, de 1,4 vez mais.

E uma das conclusões mais sérias é de que a nova subvariante infecta mesmo as pessoas que já contraíram a Ômicron original. O que pode significar uma nova onda de infecções pelo mundo.

"Nossas investigações em multiescala sugerem que o risco de BA.2 para a saúde global é potencialmente maior do que BA.1", escreveram os pesquisadores.

Ômicron e as vacinas

No Instituto Kirby, da Universidade de NSW (Austrália), os especialistas estudaram a cepa Ômicron no início da onda na Austrália, dezembro de 2021, e descobriram que a variante é extremamente eficaz em driblar as vacinas. Ou seja, a variante predominante no Brasil agora consegue infectar pessoas vacinadas, apesar de ser menos letal em quem tem o esquema completo de imunização, incluindo a terceira dose.

Na Austrália, como em diversas partes do mundo, o número de infectados chegou ao pico e diminuiu significativamente.

Vírus voltou a ser mais feroz?

Mas a BA.2 volta a preocupar as nações e colocar em xeque o que a comunidade científica esperava, que o fim da covid viria com cepas mais leves, que não matam o hospedeiro e, por serem menos graves, as pessoas tomam menos cuidados e, assim, o vírus se propaga mais. Isso é pertinente com a ideia de sobrevivência da espécie, no caso, o novo coronavírus.

Existe até a “lei da virulência em declínio” estabelecida pelo médico norte-americano Theobald Smith (1859-1934), que sugere exatamente que os vírus se tornam menos severos para garantir a própria sobrevivência.

A pergunta é se a Ômicron original é a tendência das novas cepas mais brandas e se a subvariante BA.2 é um ponto fora da curva, ou, como defendem vários pesquisadores, é totalmente imprevisível o rumo evolutivo do novo coronavírus.

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