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Biden pede nova investigação sobre início do surto de coronavírus na China

Ato mostra que o atual governo dos EUA avalia a possibilidade de o vírus ter escapado por acidente de um laboratório em Wuhan

Agência Estado

O presidente americano, Joe Biden, pediu que as agências de inteligência dos EUA investiguem a origem do coronavírus. Foi o primeiro ato público indicando que seu governo leva a sério a possibilidade de o vírus ter escapado por acidente de um laboratório em Wuhan, na China, em vez de ter sido transmitido de um animal para humanos. 

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"A comunidade de inteligência não acredita que exista informação suficiente para dizer que uma teoria é mais provável que a outra", disse Biden. "Os Estados Unidos trabalharão em sintonia com parceiros internacionais para que a China colabore com transparência para prover acesso a todos os dados e provas relevantes."

De acordo com Biden, um relatório deve ser apresentado em até 90 dias. Ele disse ainda que, em razão da resistência do governo chinês em cooperar, é provável que nunca se chegue a uma conclusão sobre as origens do Sars-CoV-2. A declaração foi o questionamento público mais forte de Biden sobre a origem do vírus - uma prática comum na presidência de Donald Trump, mas que era sempre tomada como teoria da conspiração.

Agora, a manifestação do presidente ocorre no momento em que autoridades sanitárias dos EUA aumentam a pressão por uma investigação rigorosa, após o último relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), que rejeitou a tese de acidente no laboratório de Wuhan, ter sido criticado pela comunidade científica.

A ordem de Biden sinaliza também uma mudança no pensamento do governo sobre quem seria o responsável por investigar a origem do vírus. Até então, pública e privadamente, as autoridades americanas afirmam que a OMS, com seus amplos recursos e relações com agências governamentais em todo o mundo, deveria liderar os esforços.

No entanto, os comentários de Biden sugerem que se tornou urgente para seu governo assumir o processo. Em sua declaração, o presidente disse que pediu a Jake Sullivan, conselheiro de Segurança Nacional, em março, que cuidasse do assunto. Ele disse que a comunidade de inteligência trabalha com "dois cenários prováveis", mas não tem certeza sobre nenhum deles.

"A posição atual é a seguinte: enquanto parte da comunidade de inteligência se inclina para um cenário, outra tende para o outro - cada uma com confiança baixa ou moderada. A maioria não acredita que haja informação suficiente para dizer que um cenário seja mais provável do que o outro", disse Biden.

Xavier Becerra, secretário de Saúde dos EUA, disse em reunião anual da OMS, na terça-feira, que, para evitar a próxima pandemia, é preciso um estudo mais completo das origens do coronavírus. "A fase dois do estudo sobre a origem da covid deve ser lançada com transparência, com base científica e independência para avaliar a origem e os primeiros dias do surto", afirmou Becerra.

No início, as sugestões de que o coronavírus escapou por acidente de um laboratório de Wuhan foram descartadas pelos cientistas, que apostavam na transmissão de um hospedeiro animal para humanos. Especialistas em evolução do genoma viral determinaram que o vírus, provavelmente, não havia sido projetado como arma biológica, pois tem várias características naturais e está intimamente relacionado a um coronavírus de 2014, que veio de um morcego na China. Eles também afirmaram, porém, que não descartavam a tese de acidente no Instituto de Virologia de Wuhan.

A versão inicial começou a ser questionada com mais força depois que surgiram relatos de internações de pesquisadores do laboratório de Wuhan, em novembro de 2019, semanas antes de o vírus ser identificado na cidade. Mesmo assim, a equipe da OMS rejeitou a tese, provocando críticas de cientistas e pesquisadores, que disseram que as conclusões foram contaminadas por influências políticas.

Após as conclusões da OMS, em março, o diretor a organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, admitiu que a tese do acidente de laboratório exigia mais estudos. Esta semana, países como Austrália, Alemanha e Japão também pediram à OMS uma investigação mais abrangente e transparente sobre a origem do vírus.

(Com agências internacionais)

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