Pai mata a filha após ela se recusar a apagar conta no TikTok; entenda o caso
Ele utilizou uma arma de fogo para cometer o crime e alegou defesa da 'honra'
Um homem solicitou à filha de 16 anos que ela deletasse sua conta numa das maiores redes sociais do mundo. Após a jovem se recusar a apagar o perfil no TikTok, ele desferiu tiros contra ela na última terça-feira (8). Após a morte da adolescente, a família ainda tentou fazer com que o crime parecesse suicídio.
Em muitas partes do mundo, as mulheres passam por situações em que os seus direitos não são respeitados, principalmente em relação à liberdade. No caso da jovem de 16 anos, o crime aconteceu cidade de Rawalpindi, no Paquistão. As informações iniciais do porta-voz da polícia local repassadas a AFP dão conta que o pai da adolescente "pediu que ela excluísse sua conta no TikTok. Diante da recusa, ele a matou".
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Além disso, o boletim de ocorrência afirma que o crime foi cometido para defender a "honra". Por conta disso, a família da vítima tentou fazer com que o assassinato se parecesse com um suicídio.
O TikTok é a rede social mais popular do país do sul da Ásia. Segundo os dados do Mobile Gender Gap Report de 2025, apenas 30% das mulheres paquistanesas possuem celular. Por outro lado, 58% dos homens do Paquistão têm acesso a um smartphone. Num país em que apenas 25% das mulheres participam da economia formal, elas conquistaram audiência e renda no aplicativo.
As autoridades responsáveis pelas telecomunicações costumam ameaçar ou bloqueiam a redes sociais devido a "comportamentos imorais" no ambiente virtual.
Existe defesa da "honra" no Brasil?
A tese de "legítima defesa da honra" já foi utilizada nos tribunais brasileiros para tentar justificar crimes contra as mulheres, como o feminicídio.
Apenas em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou inconstitucionalidade da referida tese. O voto da Ministra Cármen Lúcia ficou marcado no julgamento: "A sociedade ainda hoje é machista, sexista, misógina e mata mulheres apenas porque elas querem ser donas de suas vidas”.
(Escrito por Rafael Lédo, estagiário de Jornalismo, sob supervisão de Vanessa Pinheiro, editora web de Oliberal.com)
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