Alemão de 100 anos acusado de crimes nazistas afirma ser inocente
Réu se tornou o mais velho a ser julgado por supostos crimes cometidos durante o nazismo
Ex-guarda do campo de concentração nazista de Sachsenhausen na década de 1940, o alemão Josef Schutz, de 100 anos, que está sendo julgado por seus supostos crimes, declarou inocência diante da corte nesta sexta-feira (8). "Não sei nada a esse respeito", disse. Nesta semana, ele se tornou o réu mais velho a ser julgado por supostos crimes cometidos durante o nazismo.
Ao ser questionado sobre seu trabalho no campo de concentração de Sachsenhausen, perto de Berlim, durante a Segunda Guerra Mundial, afirmou ser inocente. "Tudo está em frangalhos na minha cabeça", disse Schutz, que lamentou estar sozinho no banco dos réus do tribunal de Brandenburg an der Havel, no leste da Alemanha, onde deve comparecer até o início de janeiro.
Suas declarações foram rapidamente interrompidas por seu advogado, que no dia anterior havia explicado que o réu não falaria sobre o período da Alemanha nazista. "Tínhamos concordado com a defesa sobre esse procedimento", protestou o advogado.
Schutz, um ex-cabo da divisão "Totenkopf" das SS, é acusado de "cumplicidade na morte" de 3.518 prisioneiros do campo de concentração de Sachsenhausen, entre 1942 e 1945. Esta segunda audiência foi dedicada à sua vida antes e depois da Segunda Guerra Mundial.
Desde que foi inaugurado, em 1936, até sua libertação por parte dos soviéticos, em 22 de abril de 1945, cerca de 200.000 prisioneiros passaram pelo campo de Sachsenhausen, principalmente opositores políticos, judeus e homossexuais.
Dezenas de milhares deles morreram de exaustão, devido ao trabalho forçado e às cruéis condições de detenção. Vários sobreviventes de Sachsenhausen se apresentaram como parte civil no julgamento.
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