Pedro Rocha soma 14 gols na temporada e levanta debate sobre dependência do Remo
Atacante é artilheiro da Série B, responsável por 12 pontos do clube, mas colunistas divergem sobre a necessidade de alternativas no setor ofensivo
O atacante Pedro Rocha vive sua melhor temporada pelo Clube do Remo e se consolidou como peça decisiva na campanha da equipe na Série B do Campeonato Brasileiro. Até a 18ª rodada, o jogador marcou 10 gols na competição e lidera a artilharia isolada. No ano, já são 14 gols em 32 jogos, com participações no Campeonato Paraense, Copa do Brasil e Série B.
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Os números mostram impacto direto nos resultados azulinos. Dos 34 pontos conquistados até o momento, 12 passaram pelos gols de Pedro Rocha. Sem essas contribuições, o Remo teria apenas 22 pontos e estaria no Z4.
A importância do atacante, no entanto, levanta questionamentos sobre uma possível dependência. Para o colunista de O Liberal Carlos Ferreira, o Remo não depende exclusivamente de Pedro Rocha, embora reconheça a relevância do atleta.
“Ele é um jogador diferenciado, mas não vejo o Remo numa dependência. O time, por exemplo, venceu o América sem ele. Claro que a equipe não teria o mesmo aproveitamento sem os gols que ele marcou, mas também não é possível afirmar que estaria em determinada posição sem ele”, afirmou.
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Ferreira destacou ainda o papel da preparação antecipada do Remo, por ter vindo da Série C, como fator que ajudou o atacante a começar a Série B em alto nível.
“O Remo iniciou os trabalhos antes da maioria dos clubes, o que favoreceu todo o time e especialmente o Pedro Rocha”, completou.
Para Ferreira, Pedro Rocha se tornou o reflexo do desempenho azulino na Série B.
“Pedro Rocha virou o termômetro do Remo. Quando ele está bem, o time cresce; quando ele é anulado, o Leão perde intensidade”, avaliou. Na visão do colunista, o atacante não apenas marca gols, mas também influencia diretamente a confiança e o ritmo do time dentro de campo.
Já o colunista de O Liberal, Pio Neto, considera que a equipe corre riscos ao depender tanto do jogador.
“É razoável afirmar que ele se transformou no jogador mais importante do Remo. Mas quando o rendimento dele cai, o time igualmente não produz. A reta final da Série B será uma verdadeira guerra pelo acesso e quem depender da inspiração de um único jogador estará em desvantagem”, analisou.
Na visão de Pio, além de contar com Pedro Rocha, o clube precisa reforçar outros setores.
“Um centroavante que divida a responsabilidade pode ajudar. Também falta maior consolidação no meio-campo ofensivo”, disse.
Pio Neto destacou ainda que Pedro Rocha já se consolidou entre os nomes mais importantes do elenco. “Ao lado do goleiro Marcelo Rangel, Pedro Rocha é hoje o principal jogador do Leão na competição. Os números dele falam por si”, afirmou.
Artilharia em momentos-chave
Os gols de Pedro Rocha também ajudam a contar a trajetória azulina no campeonato. Ele marcou os dois tentos na vitória por 2 a 0 sobre o América-MG, ainda na 2ª rodada, e voltou a decidir contra o Botafogo-SP, na rodada seguinte, abrindo o placar do empate por 2 a 2. Contra o Coritiba, foi o autor do gol da vitória por 1 a 0 no Mangueirão, e diante do Atlético-GO, em Goiânia, novamente deixou sua marca no empate em 1 a 1. Também balançou as redes diante do Volta Redonda, evitando a derrota na 9ª rodada.
O auge veio na 14ª rodada, quando marcou os dois gols da virada contra o Athletic, fora de casa. Nas rodadas seguintes, seguiu decisivo: fez o gol da virada sobre o Avaí e abriu o placar no empate diante do Goiás, pela 19ª rodada.
*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Fábio Will, repórter do Núcleo de Esportes)
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