Com Guto Ferreira, Remo teve desempenho de campeão na reta final da Série B
Técnico transformou time em candidato ao acesso na reta final, somou 76,6% dos pontos e superou, em aproveitamento, os trabalhos de Daniel Paulista e António Oliveira.
A arrancada que recolocou o Remo na Série A após 32 anos tem vários personagens, mas nenhum com impacto tão direto dentro de campo quanto Guto Ferreira. O treinador assumiu o clube em um momento de instabilidade técnica e emocional, reorganizou o elenco azulino e entregou um desempenho superior ao do próprio campeão da Série B durante o périodo de tempo. Com ele, o Remo teve aproveitamento de 76,6%, marca digna de título.
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Guto, que ainda negocia sua permanência com o Leão, chegou após a saída inesperada de Daniel Paulista e a passagem irregular de António Oliveira, quando o time já mostrava sinais de perda de competitividade. O elenco era robusto, resultado da reformulação conduzida por Braz, mas o Remo não encontrava consistência. A equipe oscilava em desempenho, intensidade e leitura de jogo — problemas que se acentuaram na reta intermediária da competição.
A diferença ficou evidente nos números. Com António Oliveira, o Remo somou 42,2% dos pontos possíveis, aproveitamento que, projetado para toda a competição, colocaria o clube apenas na 12ª posição. Com Daniel Paulista, o cenário teria sido ligeiramente melhor: 56,6%, suficiente para um acesso em terceiro lugar. Foi somente com a chegada de Guto que o Remo passou a atuar como candidato real ao G4 na reta final da competição.
Sob seu comando, o time engrenou sete vitórias, dois empates e apenas uma derrota, uma sequência que não apenas devolveu o Remo ao bloco da frente como também estabeleceu o ritmo final da campanha. A estrutura defensiva ganhou solidez, o meio-campo passou a controlar jogos com mais equilíbrio e o ataque, antes dependente de lampejos individuais, tornou-se mais funcional com variações de movimento e ocupação de espaço, fazendo muitos gols.
A diferença entre os trabalhos também se expressa no ambiente. Guto conseguiu estabilizar o vestiário, melhorar a comunicação entre setores e resgatar jogadores que vinham de atuações irregulares. Sua experiência em campanhas de acesso, somada à leitura pragmática dos momentos-chave do campeonato, evitou derrotas em rodadas decisivas e permitiu ao Remo administrar a pressão na reta final.
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