Baenão completa 108 anos com reformas, mas sem receber jogos com torcida há mais de um ano
Estádio virou base de de treinamentos da equipe azulina na temporada 2025
O dia 15 de agosto marca, além da Adesão do Pará, a inauguração do Estádio Evandro Almeida, o popular Baenão, ocorrida em 1917. São 108 anos de um palco que viu brilhar vários ídolos do clube, como Mesquita, Dico e Alcino, e que recebeu até partida e gols de Pelé, o Rei do Futebol. Hoje, no entanto, o estádio não recebe um jogo com a presença da torcida há mais de um ano.
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Carinhosamente chamado de Baenão por estar localizado na Avenida Almirante Barroso, esquina com a Travessa Antônio Baena, o estádio recebeu o nome “Evandro Almeida” em homenagem a um dirigente do clube falecido em 1965, anos após a sua inauguração.
O local já foi cenário de jogos com mais de 30 mil torcedores — algo inimaginável nos tempos atuais. Ao longo dos anos, diversos projetos de reforma e construção de áreas como cadeiras e camarotes foram divulgados por dirigentes do clube. Um deles, na gestão do presidente Zeca Pirão, em 2013, gerou indignação na torcida azulina.
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A proposta previa a construção de novas cadeiras e camarotes na área voltada para a Travessa das Mercês. Parte das arquibancadas desse setor foi demolida. Porém, com o mau desempenho do time e as finanças comprometidas por dívidas, o projeto foi abandonado. O Remo passou, então, a mandar suas partidas no Mangueirão.
Em 2014, o Baenão chegou a ser reaberto para alguns jogos, mas a área das Mercês permaneceu isolada por tapumes, reduzindo a capacidade do estádio. Logo depois, o clube voltou a utilizar o Mangueirão, e o Baenão acabou completamente abandonado, sem previsão de retorno.
A mudança começou em 2017, quando um grupo de torcedores, batizado de “Retorno do Rei”, decidiu agir por conta própria. Cansados de ver o descaso com o estádio, arregaçaram as mangas: promoveram reuniões, festas, rifas, bingos, vendas de camisas e campanhas de doações em dias de jogo, tudo para ajudar na recuperação do Baenão.
Em 2019, o movimento ganhou força, principalmente com a chegada do então presidente Fábio Bentes. O clube lançou uma ampla campanha para reabrir o estádio. No dia 13 de julho de 2019, pela Série C do Campeonato Brasileiro, o Estádio Evandro Almeida voltou a receber a torcida azulina, no empate por 2 a 2 com o Luverdense-MT.
Desde então, o Remo passou a utilizar o Baenão, que posteriormente recebeu iluminação em LED. Em 29 de junho de 2024, aconteceu o último jogo com presença de público no estádio: vitória por 2 a 1 sobre o Ferroviário-CE, com gols de Jaderson e Pavani.
A última partida oficial do Remo no Baenão ocorreu também nesta temporada, mas sem torcida. Punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), o clube recebeu o São Raimundo-RR pela primeira fase da Copa Verde no dia 6 de fevereiro. Após empate em 1 a 1 no tempo normal, a vaga foi decidida nos pênaltis, com vitória dos visitantes por 4 a 3.
Atualmente, o Baenão funciona como Centro de Treinamento do Remo para a disputa da Série B. O local abriga academia, dormitórios, setores administrativos e o Núcleo Azulino de Saúde e Performance (NASP). Nos últimos meses, parte da estrutura tem passado por reformas para receber novas salas, ampliando a estrutura oferecida a atletas e funcionários.
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