Há 54 anos, Paysandu goleava o Penãrol mas ficava com prejuízo duplo no futebol

Eternizada na marchinha tratada como hino oficial do Paysadu, a vitória por 3 a 0 sobre o Peñarol - então base da seleção uruguaia - na Curuzu, em Belém, é um marco na história do clube, mas não apenas pelo o que ocorreu dentro de campo. O Papão acabou contraindo dívidas e até perdeu um de seus grandes jogadores.

A excursão do Peñarol, que já tinha jogado contra Fluminense (RJ), São Paulo (SP) e Botafogo (SP), deu prejuízo ao Paysandu pelas altas despesas com transporte, hospedagem, alimentação e cota dos uruguaios. O Governo do Estado do Pará e a Prefeitura de Belém aprovaram leis, concedendo ajuda financeira ao Bicolor. Foi o necessário para cobrir o déficit.

O jogo foi realizado naquele 18 de julho de 1965 e exatos 23 dias depois o mesmo Peñarol acertou a contratação do atacante Milton Dias, então destaque do Bicola e titular absoluto do time que conseguiu a goleada histórica do Papão. A negociação foi fechada por 15 mil dólares. Milton Dias, porém, não vingou no aurinegro uruguaio e foi repassado a outro clube dois meses depois.

O Paysandu mandou a campo Castilho; Oliveira, Abel, Jota Alves, Carlinhos; Beto, Quarentinha; Pau Preto (Milton Marabá), Edson Piola (Vila), Milton Dias (Laércio), Ércio. Técnico: Juan Antônio Álvarez (uruguaio). O Peñarol jogou com Marzurkiewcz; Forlan, Lescano, Varela, Caetano; Dávila, Pedro Rocha; Abadie (Flores), Silva, Spencar (Resnick), Jóia. Técnico: Roque Máspoli. Árbitro: Manoel Francisco de Oliveira, auxiliado por Manoel Moura e Elzeman Rabelo. Gols: Ércio, aos 18º minutos do 1º tempo; Milton Dias, aos 43 minutos do 1° tempo; Pau Preto, aos 37 minutos do 2º tempo. O Peñarol era a base da seleção do Uruguai, com seis jogadores do seu time titulares da Celeste.