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Dia dos pais: Márcio Fernandes fala sobre parceria com o filho Marcinho nos vestiários do Paysandu

Juntos há dez anos, técnico e auxiliar conquistaram bicampeonato brasileiro e estaduais ao preço de abrir mão de convivência com pai e filhos.

Caio Maia
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Pai e filho juntos em um mesmo ambiente de trabalho pode dar certo? Segundo Márcio e Marcinho Fernandes, treinador e auxiliar técnico do Paysandu respectivamente, a experiência é bem positiva. Em conversa com o Núcleo de Esportes de O Liberal, os membros da comissão técnica bicolor falaram sobre os desafios de conciliar as relações familiares e profissionais dentro dos vestiários. Ambos falam sobre os "perrengues" do mundo de futebol e avaliam como "privilégio" o fato de terem um ao outro, em um meio tão competitivo.

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Márcio e Marcinho trabalham juntos há mais de 10 anos. Sempre nesta posição - pai técnico e filho auxiliar - os dois conquistaram vários títulos na carreira, como o Campeonato Paraense com o Remo em 2019, o Paranaense com o Londrina, em 2021, e o bi-campeonato Brasileiro da Série C com o Vila Nova, em 2015 e 2020. Márcio conta que, assim que elegeu o filho para trabalhar na própria comissão técnica, teve resistência de muitas pessoas do meio do futebol. Apesar disso, ele avalia que Marcinho tem respondido às críticas com competência.

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"Ser meu auxiliar é muito difícil, porque não admito erros. Ele aprendeu isso e, em todas as equipes que passamos nos últimos anos, o trabalho dele nunca foi questionado. As pessoas reconhecem o valor e a qualidade dele no nosso trabalho", disse Márcio.

A "hierarquia" existente pela posição profissional - técnico é auxiliar - poderia ser potencializada pelo parentesco - pai e filho. Apesar disso, Marcinho conta que o Márcio sempre lidou bem com as discordâncias de ponto de vista. Segundo o auxiliar, essas "oposições", tem deixado a relação entre os dois ainda mais forte.

"É muito saudável ter pontos de vista diferentes e meu pai entende isso. Ele é um cara que escuta todo mundo, não só a mim, mas ao staff todo. Por crescer perto dele, temos pontos de vista parecidos. Claro que um equilibra o outro e isso tem sido nossa chave para o sucesso nos últimos 10 anos", explicou Marcinho.

De avô para neto: a importância dos pais da Família Fernandes

image Pai e filho contam que tiveram que abrir mão de relações familiares para continuar no mundo da bola (Márcio Nagano/ O Liberal)

Marcinho não esconde a importância que Márcio teve na sua vida, sobretudo profissional. Durante a entrevista, o auxiliar do Paysandu contou detalhes dos momentos em que acompanhava o pai, ainda quando jogador. Segundo ele, essa experiência foi fundamental para que ele começasse a viver com futebol.

"Eu cresci nesse mundo. Desde pequeno, com meses de idade, eu ia pros estádios acompanhar meu pai, quando era jogador. Vivi, desde então, uma vida inteira com o futebol. Sempre estive nesses ambientes de jogos, então esse amor veio do berço", conta.

A importância que Márcio teve na vida de Marcinho foi equivalente à que o seu Ernesto, pai do treinador, teve na vida do comandante do Papão. Durante a entrevista, o técnico bicolor disse que dedica tudo ao pai, que já morreu há alguns anos.

Tabela de jogos e classificação

"Como todo jogador que não nasce em berço de ouro, tive várias dificuldades. Meu pai fez todos os esforços possíveis para que eu pudesse me tornar atleta. Ele chegou a deixar oportunidades pra trás só pra me ver treinar e crescer no futebol do Santos. Para ajudar ele, me lembro que vendia siri nas praias. Nessa época, passamos por maus bocados, mas conseguimos conquistar o que temos com sacrifício. Infelizmente hoje ele não está mais conosco para ver onde chegamos", relembra emocionado.

Quem tenta trilhar esse caminho de gratidão e confiança com o filho é Marcinho. O auxiliar conta que quer manter vivo esses valores com o pequeno João Lucas, de seis anos. Longe da família, que não vive em Belém, o membro da comissão técnica do Papão se emociona ao falar sobre quantos Dias dos Pais deixou de passar com o garoto por conta do trabalho.

"Infelizmente são os ossos do ofício. Tenho muita sorte de ter uma esposa maravilhosa, que entende a nossa profissão e 'comprou a ideia' para seguirmos trabalhando. Ela me ajuda demais nisso e não deixa passar nada em branco. Apesar disso, a distância dói e tento mostrar pra ele, como for possível, todos os dias, a importância que ele tem pra mim", explicou. 

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