Tuma assume presidência do Paysandu e promete plano para enfrentar ações trabalhistas
Em primeira entrevista como presidente, Márcio Tuma afirma que a prioridade é reorganizar as finanças e diz que elenco de 2026 será montado com folha compatível com a realidade do clube
Em sua primeira coletiva como presidente do Paysandu, Márcio Tuma colocou no centro do discurso uma promessa para solucionar a enxurrada de ações trabalhistas que o clube enfrenta na justiça: apresentar, em até 90 dias, um plano para tratar o passivo de processos movidos por atletas que cobram salários e indenizações. A entrevista, concedida no fim da tarde desta segunda-feira (22) na Curuzu, marcou o início da gestão interina após a renúncia de Roger Aguilera e teve tom pragmático, com foco na reorganização financeira e no planejamento esportivo para 2026.
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Advogado e até então diretor jurídico do clube, Tuma evitou entrar em detalhes sobre a saída do ex-presidente, classificando o tema como “de foro íntimo”, mas deixando a entender que é algo relacionado a problemas de saúde na família, direcionando a fala para o que chamou de prioridades imediatas. Segundo ele, as dívidas que se acumulam e os processos relacionados a questões trabalhistas que o clube enfrenta, exigem um plano estruturado, que será apresentado publicamente em três meses.
“Vou me comprometer pessoalmente a, no prazo de 90 dias, apresentar um plano para que a gente veja a melhor maneira de pagar esses débitos”, afirmou, destacando que os valores pedidos em ações costumam ser superiores às condenações finais, mas reconhecendo o impacto das demandas no dia a dia do clube.
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O novo presidente ressaltou que pretende manter a estrutura do futebol já em funcionamento. O comitê de futebol segue com Alberto Maia e Ícaro Sereni, além da continuidade do modelo de gestão profissional. Para Tuma, a formação do elenco de 2026 está sendo feita “de dentro para fora”, com a consolidação da retaguarda antes da chegada de jogadores. Agora, o trabalho é avaliar os atletas da base para o time profissional.
“Não adianta a gente trazer um atleta padrão Série A, se ele chegar aqui e não tiver estrutura quer corresponda ao nível dele, então queremos trazer investimentos em saúde, equipamentos, virar a chave, respeitando tudo o que vem sendo feito pelo Roger, com transparência total”, disse.
Sobre contratações, o dirigente reforçou que a folha salarial será “condizente com os recursos” disponíveis e que o clube não buscará soluções imediatistas. “Não precisa ter a maior folha do campeonato para ser competitivo”, disse, ao citar o exemplo do Mirassol, defendendo investimento em estrutura e critério na escolha de jogadores. Segundo ele, a ideia é evitar apostas em nomes de peso que não entreguem rendimento compatível.
Tuma ficará no cargo por um ano, até a realização das próximas eleições, e reconheceu o momento delicado atravessado pelo Paysandu após o rebaixamento e a queda de receitas.
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