'Não dá pra escolher adversário', diz Claudinei Oliveira sobre sequência do Paysandu
Treinador do Paysandu falou ao Grupo Liberal sobre elenco, transfer ban, futuro da equipe e o impacto da ausência de Rossi
Claudinei Oliveira assumiu o comando do Paysandu com uma missão clara: tirar o clube da zona de rebaixamento da Série B do Campeonato Brasileiro. Até então, o time ainda não havia vencido na competição. A primeira vitória veio justamente no jogo de estreia do treinador. Desde então, o Paysandu emendou uma sequência de nove jogos sem perder, incluindo o clássico Re-Pa, que marcou a primeira vitória bicolor sobre o rival na Série B após 19 anos.
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Na manhã desta quinta-feira (7), Claudinei esteve nos estúdios do Grupo Liberal, onde concedeu entrevista exclusiva a Rádio Liberal+. O técnico falou sobre a chegada ao clube, a evolução do elenco, os impactos do transfer ban e as perspectivas para o restante da temporada.
Claudinei Oliveira chegou ao Paysandu na 12ª rodada da Série B, após recusar um convite anterior do clube enquanto comandava o Londrina, ainda na reta final da Série C de 2023. Segundo ele, o momento era mais propício para iniciar um trabalho com tempo e planejamento.
“Assumi o time na 12ª rodada e faltavam 26 jogos. Acho que esse é um tempo de você desenvolver um trabalho e confiei que era uma oportunidade de trabalhar em um grande clube de massa e fazer um novo trabalho”, disse.
Antes disso, o treinador havia livrado a Chapecoense do rebaixamento em 2023 e passado pelo Guarani, onde foi demitido após a estreia no Brasileiro, apesar de ter evitado a queda no Paulistão.
Série B
Mesmo com a sequência invicta sob o comando de Claudinei Oliveira, são 9 jogos, com 4 vitórias e 5 empates, o Paysandu ainda ocupa a 19ª colocação na tabela da Série B. Para o técnico, o momento exige valorização de cada ponto conquistado.
“Todo ponto é importante e a gente está nesse processo de valorizar todo jogo. Como eu falo sempre, a gente não pode escolher adversário, estado dos gramados, iluminação, se tá chovendo ou se tá sol. Do jeito que for, temos que conquistar pontos”, afirmou.
“O ideal são as vitórias. Se hoje a gente tivesse menos um empate e mais uma vitória, estaríamos fora da zona. Mas não tem como, a gente joga pra vencer, mas não vai vencer sempre”, completou.
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Estilo de jogo
Claudinei afirmou que, em seus trabalhos, costuma manter uma base para facilitar o entendimento coletivo, mas que isso ainda não foi possível no Paysandu.
“Aqui no Paysandu eu ainda não consegui repetir escalação. A gente procura manter uma coerência, mas estamos tendo que mexer no time muito mais do que eu gostaria e ajustando jogo a jogo. O que tem de característica minha e que eu gosto é um time organizado que vai brigar com todas as bolas”, explicou.
Lesão de Rossi
O atacante Rossi foi a principal contratação do clube para a temporada, mas está fora por lesão muscular. Segundo o técnico, o jogador ainda sente limitações na região do chute e o retorno só acontecerá com segurança.
“A lesão dele é em um local chato, o músculo do chute. Às vezes ele tá bem, corre, muda de direção e dribla, mas não consegue chutar com força. Ele é atacante e tem que chutar. Vamos ter calma para ele voltar em uma condição mais segura”, disse.
Foi nesse cenário que surgiram Maurício Garcez e Diogo Oliveira, que rapidamente assumiram protagonismo na equipe. “O Garcez é um cara com características diferentes, tem capacidade de pegar a bola e levar até o campo adversário com muita habilidade. O Diogo entrega um jogo aéreo que poucos atacantes na Série B entregam”, avaliou Claudinei, que completou: “O Rossi é insubstituível, mas temos que dar um jeito sem ele e achar as soluções”.
Transfer Ban
Punido pela Fifa, o Paysandu está impedido de registrar novos jogadores. Claudinei defendeu que o clube priorize os compromissos com o atual elenco.
“A gente entende a dificuldade do clube e eu acho que a prioridade é pagar os salários. Eu já vivi isso como atleta. Se atrasar os salários e pagar o transfer ban para contratar dois jogadores de nome, você vai falar o que para quem tá aqui correndo para livrar o time do rebaixamento?”, questionou.
*(Iury Costa, estagiário de jornalismo sob supervisão de Caio Maia, coordenador do Núcleo de Esportes)
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