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Jornalistas de O Liberal avaliam chegada do novo técnico do Paysandu: 'Não dá para esperar milagre'

Michel Anderson, da Rádio Liberal+, e o colunista Carlos Ferreira comentaram as expectativas em torno do Papão e como o time bicolor pode reagir às mudanças promovidas pelo novo técnico Claudinei Oliveira

Pedro Garcia

O Paysandu enfrenta o Botafogo-SP nesta sexta-feira (13), às 21h35, em partida válida pela 12ª rodada do Campeonato Brasileiro Série B. O duelo marca a estreia do técnico Claudinei Oliveira, que assume a difícil missão de tirar o time da zona de rebaixamento. Para analisar as expectativas em torno do novo comandante bicolor, o Núcleo de Esportes entrevistou os jornalistas Michel Anderson, da Rádio Liberal+, e Carlos Ferreira, colunista de O Liberal, que compartilharam suas impressões sobre o início do trabalho do treinador à frente do Papão.

O jornalista Michel Anderson espera que o time bicolor “respire novos ares” com a chegada do novo treinador e, junto com o apoio da torcida, consiga mudar o rumo dessa história. Ele comentou sobre a coletiva de imprensa, na qual Claudinei fez questão de enfatizar que não aceitará jogadores que atuem sem ânimo e vontade.

“Então, acho que teremos uma mudança de postura. Não que os jogadores não estivessem querendo, mas acredito que eles tendem a dar um gás a mais e, juntamente com o apoio da torcida, pode ser que isso dê um novo rumo para o Paysandu”, disse o jornalista.

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Para Carlos Ferreira, a chegada do técnico Claudinei Oliveira é fundamental para que o Paysandu comece finalmente a competir de forma consistente nesta Série B. O colunista destaca que a experiência de Claudinei em salvar equipes em situações delicadas na tabela é o principal diferencial desta contratação.

“No Santos, ele era técnico de base e, quando o clube vivia uma situação crítica no Campeonato Brasileiro, foi promovido ao cargo de interino para ‘quebrar um galho’. Acabou ficando 40 jogos no comando e, nesse período, conseguiu salvar o Santos do rebaixamento, em 2013. Depois, teve casos semelhantes na Chapecoense e no Avaí. Ele foi criando uma certa identidade de salvador. Com essas experiências, chegou ao Paysandu sabendo exatamente o que fazer para resgatar a competitividade”, explicou o colunista

O técnico Claudinei Oliveira terá pela frente grandes desafios, e o primeiro deles é lidar com uma safra de jogadores que não foram escolhidos por ele. Nesta janela de transferências, os 10 reforços do Paysandu foram indicados pelo executivo Carlos Frontini.

Segundo o jornalista Michel Anderson, a quantidade de contratações pode se tornar uma dor de cabeça para Claudinei, que precisará não só cuidar das questões técnicas, mas também ser um gestor eficiente para fazer o grupo funcionar de forma coesa dentro do clube. Apesar disso, há jogadores que devem se destacar e, consequentemente, terão mais oportunidades.

“Fico muito preocupado com essa quantidade de contratações que o Paysandu fez. Se você analisar o elenco hoje, há quase 40 jogadores, o que é um número muito alto para trabalhar e fazer a gestão do grupo. Acredito que alguns atletas, como Garcês, Anderson Leite e Diogo, terão oportunidade natural e serão esses jogadores que vão dar uma cara nova ao Paysandu. Por isso, o treinador terá que ter cautela para fazer esse meio-campo, essa engrenagem, funcionar”, analisou Michel.

Apesar das preocupações válidas em relação à grande quantidade de jogadores no elenco, ter um “elenco enxuto” não é mais um problema para o Paysandu, que realmente precisava de uma reestruturação. Carlos Ferreira ressaltou que Claudinei Oliveira terá à disposição tudo o que Luizinho Lopes não teve no clube: mais opções de jogadores e, principalmente, tempo para trabalhar.

“Com essa reforma no time, ele tem pelo menos uma renovação de entusiasmo e uma missão difícil, que é formar o time dentro da competição. Mas é favorecido pelos intervalos de uma semana entre os jogos, o que lhe dá a condição de trabalhar e treinar. Tudo que o Luizinho Lopes não teve em matéria de tempo, o Claudinei vai ter. E um elenco também com mais opções. Se essas novas opções têm a qualidade necessária ou não, aí a gente vai ter que esperar”, explicou Carlos Ferreira.

Carlos Ferreira complementou destacando que, apesar das muitas novidades que chegaram ao Paysandu nesta semana, não se pode esperar um milagre imediato, pois o trabalho exige tempo para apresentar resultados. Dessa forma, a paciência e o apoio da torcida serão colocados à prova durante o restante dessa trajetória. No entanto, ele ressalta que no futebol existem probabilidades que podem mudar tudo de forma instantânea.

“Porém, há algo que, a menos que a lógica seja contrariada, o Paysandu ainda vai viver dias bem difíceis no começo desse trabalho. Não dá para esperar milagre, efeito transformador de uma hora para outra. Haverá um tempo para ele encaixar um novo time. Eu digo que não é definitivo isso porque o futebol tem histórias de times que dão certo, que dão liga de imediato. Então, não é provável, mas é possível”, completou.

(Essa matéria foi fechada na sexta-feira (13), às 15h, antes do jogo entre Paysandu e Botafogo-SP).

*Pedro Garcia, estagiário sob supervisão do coordenador do Núcleo de Esportes de O Liberal, Caio Maia