Claudinei não quer mais improvisos no Paysandu: 'Não vamos queimar etapas'
Treinador afirma que evitará ao máximo antecipar retornos de jogadores em recuperação, mas que espera ter time completo para escalar sua formação sem improvisos no clássico RexPa
Após a primeira vitória na Série B, o Paysandu inicia a semana de treinos visando o clássico RexPa do próximo sábado (21), no Mangueirão. A partida contra o Remo será a primeira entre os rivais pela Série B em quase duas décadas — o último confronto no torneio foi em 2006 — e logo no segundo jogo de Claudinei Oliveira pelo clube.
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A vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP, na Curuzu, foi dramática. O gol de Leandro Vilela aos 45 minutos do segundo tempo encerrou uma sequência de 12 jogos sem vencer e serviu como ponto de partida para o técnico colocar em prática um plano de reconstrução. Com dez reforços recém-chegados, Claudinei agora quer analisar com quem pode contar para o próximo jogo, fazendo o mínimo de improvisos possível, ao contrário do que aconteceu contra o Botafogo, onde precisou acionar reforços chegados há dias no clube.
“O Thalisson desceu do avião e entrou no campo”, disse Claudinei, ao explicar a escalação do zagueiro vindo do Coritiba como titular logo na estreia. Segundo ele, o improviso foi necessário diante das ausências e da urgência por mudanças. “Situações extremas exigem medidas extremas”, disse.
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A escolha pelo sistema com três zagueiros — algo pouco comum em sua carreira — também surgiu após contratempos nos treinos. O lateral Edilson, que seria titular, sentiu desconforto muscular na véspera da partida e precisou ser substituído. Marlon foi deslocado para atuar como ala e Thalisson foi o escolhido para compor a linha defensiva do Papão. “Eu pensei que ia prejudicar o Reverson colocando ele pra jogar improvisado do lado direito, e preferi arriscar uma formação diferente”, contou.
REXPA
Para o clássico, a preparação será mais longa, o que, segundo o técnico, permite avaliar com mais calma o desempenho físico e técnico dos atletas recém-chegados. O time agora conta com quase 40 jogadores no elenco e a missão da comissão técnica será identificar quem está mais pronto para suportar a intensidade de um jogo como o RexPa.
“Normalmente os jogadores que vieram da Série A e B não estavam jogando, e os da Série C vinham atuando com mais regularidade”, explicou o treinador, que fez questão de dizer que não irá antecipar retornos de jogadores em recuperação, caso de Bryan. “Não vamos queimar etapas, vamos respeitar o processo de cada um. Temos que ter calma pra lançar. É melhor improvisar do que perder o jogador por lesão”, disse.
Entre os destaques da última partida, o volante Denner, que jogou sob o comando de Claudinei no Sport, chamou atenção pelo vigor físico e participação direta no gol. “Ele é um cara que pisa na área, tem passe pra frente. Ganhou a bola de cabeça no lance do gol”, ressaltou.
Diogo Oliveira, Garcez, Ronaldo e outros nomes do pacotão de reforços também foram utilizados e devem continuar sendo testados ao longo da semana. Claudinei quer evitar repetições de erros do passado recente, como apressar retornos de atletas em recuperação física. O lateral Bryan, por exemplo, ainda passará por transição e não tem presença garantida no clássico.
Com o Paysandu ainda na lanterna, o RexPa surge como um divisor de águas para o clube. Uma vitória pode recolocar o time nos trilhos, enquanto uma derrota reacende a crise. Claudinei, por enquanto, foca no que pode controlar: "Vamos fazer alguns testes e ajustes. A ideia é escolher a melhor equipe possível pra começar".