Paraense Bruna Lima fala sobre conquista de medalha em Tóquio e projeta Jogos de Paris em 2024

Em entrevista ao O Liberal, atleta fala sobre o carinho do povo japonês durante as Olimpíadas e revela "rotina de estrela" desde que chegou ao Brasil

Caio Maia/ O Liberal
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"Ainda não caiu a ficha!". É assim que a paraense Bruna Lima, medalhista de bronze nas paralimpíadas de Tóquio no vôlei sentado, descreve a sensação de obter uma conquista inédita para o Brasil. A atleta, natural de Marituba, diz que ainda não está adaptada a "rotina de estrela" depois da medalha. Segundo ela, o dia a dia desde que chegou do Japão tem sido assim: fotos, elogios e muito carinho.

"Eu fico muito espantada quando as pessoas vem bater foto, falar que torceram por mim. Eu fico: 'nossa, será que isso é real?'. Mas, eu estou muito feliz com tudo isso. Espero que nas próximas Olimpíadas, em Paris, a gente volte com o ouro desta vez", disse Bruna.

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O próximo ciclo olímpico, inclusive, é o novo foco de Bruna. A atleta, que chegou ao Brasil no último dia 8, treinou neste sábado (11), no ginásio da Tuna Luso, em Belém. O objetivo é, desde já, se manter em forma para buscar outra medalha inédita, desta vez a dourada, na França.

Em conversa com O Liberal, Bruna deu detalhes sobre o dia a dia na Vila Olímpica, em Tóquio. Ela falou sobre o convívio com atletas de outras modalidades, destacou o carinho do povo japonês e avaliou o desempenho do Brasil nos Jogos. Confira:

Vila Olímpica

image Legenda (REUTERS/Molly Darlington)

Bruna conta que teve várias surpresas positivas no Japão. A primeira delas foi na Vila Olímpica, local onde os atletas se hospedam durante o período de competições. Apesar dos protocolos de restrição, impostos pela pandemia de covid-19, Bruna falou que pode conhecer atletas de outras modalidades e saber um pouco mais sobre os demais esportes paralímpicos.

"A gente não teve oportunidade de conhecer outros lugares, mas pensávamos que teríamos um pouco mais de restrição. Tivemos um convívio muito bom com todo mundo. Além disso, todos que estavam lá faziam teste pra covid todos os dias. Lá foi tudo muito pensado pra se proteger da pandemia", disse Bruna.

Povo acolhedor

A segunda surpresa de Bruna no Japão foi em relação ao povo japonês. Antes da realização dos Jogos, Tóquio enfrentou vários protestos contrários a competição em meio à pandemia. A paraense conta que foi ao Japão na expectativa de que os atletas fossem hostilizados pelos moradores da cidade. Mas, segundo ela, o que se viu foi muito carinho e receptividade dos japoneses.

" Disseram que o pessoal ia se afastar, que ia ter protesto e tudo mais. Mas as pessoas abraçaram a gente. Era muito carinho. Nos treinos e jogos não tinham plateia, mas no caminho da vila pro ginásio a gente encontrava as pessoas nas ruas com cartazes e torcendo pela gente. Não dava pra chegar próximo, mas eles estavam torcendo com a gente", conta Bruna.

Derrota nas semis e consagração do bronze

image Bruna Lima, ao fundo, faz parte da equipe que conquistou o bronze em Tóquio (Wander Roberto/CPB)

Até às semifinais dos Jogos, a seleção brasileira feminina de vôlei sentado tinha uma campanha irretocável na competição. Na primeira fase, três jogos e três vitórias. No entanto, nas semis o resultado não foi o esperado: 3 a 0 para os EUA e a porta para a final foi fechada.

Apesar da porta para o ouro ter sido fechada, foi aberta uma janela para o bronze. Bruna conta que a motivação da equipe técnica logo depois da derrota nas semifinais fez a equipe entrar com um novo espírito na briga pela inédita medalha.

"A gente não ganhou o ouro, mas a gente vai levar esse bronze pra casa. A gente não veio aqui em vão, treinamos em casa, por vídeochamada e merecemos uma medalha", conta Bruna.

A força para seguir em frente, apesar das adversidades é a mesma que a atleta recomenda para quem está começando no esporte paralímpico.

"É muito difícil pras pessoas com deficiência, porque elas se desmerecem. Eu sempre busco apoiar todas as pessoas e acreditar no potencial de cada um. A deficiência não é fácil. A gente passa por lutas diárias e o esporte é uma forma de viver novamente", finaliza Bruna.

 

 

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