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Natural de Castanhal, paraense é destaque no cenário nacional de e-sport e busca vaga no mundial

Leticia Paiva, conhecida como Joojina conquistou o segundo lugar no Campeonato Brasileiro feminino de Valorant

Aila Beatriz Inete
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O e-sport é uma realidade no mundo todo. O que começou como uma simples brincadeira virtual virou um sucesso e, cada vez mais, a modalidade tem crescido. Aqui no Brasil, no início de julho, ocorreu a final do Campeonato Brasileiro feminino de Valorant - jogo de tiro em primeira pessoa. Na competição, o Pará foi representado pela jogadora Letícia Paiva, ou Joojina (nickname no universo dos jogos),que conquistou o segundo lugar com a equipe  Gamelanders Purple. 

Esta foi a primeira vez que Letícia participou da competição nacional, que dá uma vaga para o Mundial que será realizado no final do ano em Berlim. Joojina tem 21 anos e é natural de Castanhal, nordeste paraense.

Este ano, a paraense teve de se mudar para São Paulo para conseguir melhores rendimentos. Agora, Joojina se prepara para disputar a Elite Cup, torneio de Valorant, na próxima segunda-feira (25). 

A equipe de Esporte de OLiberal.com conversou com a paraense para conhecer um pouco mais sobre a carreira dela. Confira:

OLiberal: Como começaste a jogar?

Letícia Paiva: Eu comecei a jogar bem novinha, junto com meu irmão no playstation 2 e, na época, eu amava um jogo chamado “black”, que era um FPS (game de tiro em primeira pessoa). Com 15 anos comecei a jogar Dota 2 de forma mais séria e descobri que por trás desses jogos tinha todo um cenário competitivo. Depois disso, em 2020 conheci o Valorant e migrei para o cenário na metade de 2021. 

OL: Muita gente ainda tem um certo preconceito com os e-sports. Tu enfrentaste algum tipo de resistência da família?

LP: De início, meus pais ficaram com o pé atrás por eu passar muito tempo jogando no computador. Foram anos de luta para eles entenderem que realmente tem todo um cenário de e-sports, que dá para trabalhar, viver disso e que é algo que eu sempre quis. Mas, hoje em dia, eles me apoiam muito, assistem todos os meus jogos, torcem, choram junto, são meus fãs e eu sou muito grata por isso.
image Paraense durante o Brasileiro de Valorant (Divulgação)

OL:Podes contar um pouco sobre essa mudança para São Paulo? Porque tiveste que fazer isso e como isso foi melhor para ti?

LP: Eu me mudei para São Paulo em fevereiro deste ano para melhorar meu desempenho em jogo. Essa mudança foi necessária por conta da latência da internet, que no jogo é o ping, que basicamente é o tempo de resposta de um servidor para o outro. Aqui no Pará, é de 60-70 ms, enquanto que em São Paulo a média é de 10ms, e isso me deixava em desvantagem.

OL: Como tu enxergas o cenário do e-sport aqui no Pará?

LP: Aqui no Pará o cenário é bem pequeno, seja de Dota, no qual eu já participei, ou no Valorant. No estado mesmo, eu conheço poucas pessoas que jogam e que estejam no cenário. 

OL: Como funciona a divisão das modalidades dentro do e-sport?

LP: No Valorant existem as funções de duelista, iniciador, sentinela, controlador e o que nós chamamos de flex. Nos times, cada um é responsável por uma desses lugares, pode variar dependendo do mapa, mas no geral é isso. Na minha equipe, eu faço a função de controlador, onde eu uso minhas skills para smokar e isolar áreas, dando suporte. Além disso, existem bonecos específicos para cada função também e a gente vai mudando as composições de personagens dependendo do mapa. 

OL: Podes falar de quais competições já participaste? 

LP: Com a Gamelanders já participei e ganhei duas edições do spike ladies, participamos também do Game Changers (o Campeonato Brasileiro), ficamos em segundo lugar na primeira Lan (disputa presencial) feminina. A competição é dividida em duas etapas durante o ano e existe uma somatória de pontos para se classificar para o mundial. Mesmo ficando em segundo lugar nesse de agora, ganhando a próxima temos pontos suficientes para nos classificarmos, é o nosso objetivo hoje.

OL: Como foi a tua experiência no Campeonato Brasileiro?

LP: Foi a minha primeira Lan em todos os quesitos, a sensação foi surreal. Nunca tinha experimentado estar num ambiente próprio para jogos, com várias câmeras, com o outro time na nossa frente, com gritos e farpas. Foi muito bom e estou lutando para ter sido a primeira de muitas, porque eu realmente quero isso para minha vida.

OL: Infelizmente as mulheres sempre sofrem algum tipo de dificuldade e preconceito em qualquer lugar. Como é o cenário para as mulheres no e-sport?

LP: O cenário no Valorant é muito grande e é muito bom ter muitas meninas jogando, as qualificatórias do VCT dão em média mais de 30 times femininos. Não vou dizer que o Valorant é livre de preconceito contra as mulheres, porque não é, mas eu, que vim de um jogo como Dota 2, onde o contexto feminino é praticamente nulo e a toxicidade é alta, o Valorant para mim, é um mar de rosas.

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