Em luta contra tumor e por vaga em Tóquio, Verônica Hipólito impõe meta: 'Resgatar minha essência' Velocista, dona de duas medalhas nos Jogos Paralímpicos do Rio, vive turbilhão de emoções e opta por adiar cirurgia na cabeça para tentar realizar o objetivo de ir aos Jogos de Tóquio Jonas Moura 03.06.21 8h40 () Diante de todos os desafios que a pandemia de Covid-19 trouxe aos atletas na preparação para os Jogos de Tóquio, Verônica Hipólito precisou voltar o foco para sua saúde e tirar o pé do acelerador no momento decisivo da caminhada. Ela, que aos 24 anos tem no currículo duas medalhas nos Jogos Paralímpicos Rio-2016 (100m e 400m T38), um título mundial nos 200m T38, em 2013, e diversos recordes nas pistas, descobriu a volta de um tumor no cérebro há um mês e meio, e tenta conciliar o tratamento com a obtenção do índice para o evento. A atleta já passou por quatro cirurgias para retirar tumores até hoje. < CONHEÇA O NOVO APLICATIVO DO LANCE! >A seletiva nacional que vai definir os velocistas classificados para a Paralimpíada está marcada para acontecer entre os dias 8 e 12 de junho, no Centro de Treinamento do Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), em São Paulo. Verônica espera alcançar o objetivo em meio aos cuidados, e admite que impôs um desafio maior do que medalhas, recordes ou índices para lidar com o susto. Ver essa foto no Instagram Uma publicação compartilhada por Verônica Hipólito (@vehipolito) - Eu treino para estar em Tóquio e conquistar a medalha de ouro que sempre sonhei tanto. Não saí das camas das cirurgias e não adiei os tratamentos simplesmente por um like no Instagram, mas porque amo correr. É o sonho de todo atleta. Sei que estou dando o meu melhor, e que terá sido um ciclo absurdamente divertido. Acima de qualquer coisa, quero me divertir. A medalha é linda, e o recorde arrepia. Mas corro para resgatar minha essência. Se não tiver isso, não vale a pena - disse Verônica, ao LANCE!, após um evento online do Time Petrobras, do qual ela é um dos destaques. < Confira os países com mais medalhas na história dos Jogos Olímpicos >Enquanto trabalha na mente as estratégias para obter a qualificação para o Japão, onde sonha com um ouro inédito na classe T37, a paulista de 24 anos estuda, com o apoio dos médicos, se optará por radioterapia ou radiocirurgia. A avaliação de sua equipe é de que há pontos positivos e negativos em ambos. O primeiro demanda 28 dias seguidos de sessões, enquanto o segundo dura apenas 20 minutos. Na radiocirurgia, uma espécie de coroa é prendida no osso do crânio, o paciente entra em uma máquina de ultrassom e os médicos tentam milimetricamente acabar com o tumor. - A volta do tumor é um caso absurdamente raro. Já deveria ter feito a cirurgia, mas esperei um pouco mais. Agora, vou ter que iniciar um tratamento. Estamos decidindo qual vai ser. Minha vida e saúde estão acima de tudo. Confio totalmente nos meus médicos. Mas estou como sempre. Ficamos assustados, é claro, mas se eu não acreditar na minha recuperação, quem vai? Foi uma escolha minha continuar treinando. Não sei se vou fazer o índice, mas todos esses dias eu pensei em Paralimpíada - contou a atleta, sem perder o sorriso que é característico. - O problema está aí. O que fazer diante dele é que vai de cada um - disse. Como não tem mais uma boa recuperação muscular para distâncias maiores que 100m após anos de medicações e procedimentos invasivos que afetaram sua performance, Verônica não tem treinado para os 200m e os 400m. A queda de rendimento a levou a ser reclassificada da classe T38 para a T37, em 2018. Mas a velocista celebra os pequenos avanços. - Minha condição física piorou. No fim do ano passado, introduzi alguns hormônios, como o do crescimento, para ajudar na recuperação, pois estava ficando muito machucada. Hoje, estou muito feliz de estar treinando com menos dor, graças às ondas de choque - celebrou. Verônica espera passar por mais um dos tantos desafios da sua vida. Aos 12 anos, ela descobriu o tumor no cérebro e passou pela primeira cirurgia. Aos 14 anos, sofreu um AVC que paralisou todo o lado direito de seu corpo. Foi a porta de entrada no esporte paralímpico. As outras operações aconteceram em 2015 e 2017, em meio às conquistas, e o ano de 2018 reservou um tratamento intenso, que foi um baque para a paulista. Mesmo assim, ela surpreendeu nos Jogos Parapan-Americanos de Lima, em 2019, e voltou para casa com duas pratas, nos 100m e 200m T37. A força acumulada em anos de desafios na vida profissional e pessoal a levou a tirar do papel o Time Naurú, uma equipe de atletismo de alto rendimento que tem como conceito focar esforços na evolução dos seus atletas, dentro e fora das pistas, oferecendo oportunidades de crescimento constante. O projeto é um de seus orgulhos e uma motivação para continuar a ser um exemplo. - Quando comecei a ser xingada, achei que não era certo. Não acho justo eu trabalhar tanto pelo movimento esportivo, ver as coisas darem certo para a gente e fecharmos os olhos pros outros. Queremos disponibilizar patrocínio e estrutura a outros atletas, ensiná-los sobre carreira, estarmos juntos. O esporte é muito maior do que uma medalha. Se é gordo, magro, homem, mulher, LGBTQ+, não importa. Melhorou minha vida e quero melhorar a dos outros - afirmou Hipólito. Assine O Liberal e confira mais conteúdos e colunistas. 🗞 Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱 Palavras-chave esportes lancenet mais esportes mais esportes mais esportes COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA Mais Esportes . Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo! Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é. Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos. Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado! ÚLTIMAS EM MAIS ESPORTES NBA Jogos de hoje na NBA ao vivo: veja onde assistir e os horários das partidas deste sábado (03/05) Denver Nuggets e Los Angeles Clippes jogam pelos play-offs da NBA hoje; veja onde assistir ao vivo e o horário 03.05.25 8h00 Mais esportes Deiveson busca nova chance pelo cinturão em confronto com Cory Sandhagen no UFC Duelo ocorre neste sábado (3), nos Estados Unidos 03.05.25 8h00 Mais esportes Projeto social se destaca na formação de atletas em Vigia e no Campeonato Brasileiro de Jiu-Jitsu A organização Leão de Judá promove esporte e desenvolvimento social e já conquistou duas medalhas na competição realizada em São Paulo 02.05.25 11h49 NBA Jogos de hoje na NBA ao vivo: veja onde assistir e os horários das partidas desta sexta (02/05) Golden State Warriors e Houston Rockets jogam pelos play-offs da NBA hoje; veja onde assistir ao vivo e o horário 02.05.25 8h00 MAIS LIDAS EM ESPORTES Futebol “Fomos penalizados no último segundo”, diz Luizinho Lopes após nova derrota do Paysandu Sequência de nove jogos sem vitória coloca o treinador na berlinda 04.05.25 0h15 Futebol Paysandu perde para Volta Redonda-RJ e chega a nove jogos sem vencer O gol adversário foi marcado no último minuto da partida 03.05.25 22h44 FUTEBOL Águia de Marabá empata com Manaus e segue invicto na Série D Azulão arrancou o empate com gol nos acréscimos e segue sem perder no Brasileirão 03.05.25 23h47 Com polêmica no fim, Bahia supera Botafogo em casa e emplaca 3ª vitória seguida no Brasileirão 03.05.25 23h19