Torcedores podem vivenciar um momento histórico no futebol paraense

A Federação Paraense de Futebol (FPF), prorrogou o prazo de retorno às atividades para o dia 20 de abril, devido ao novo coronavírus, mas os bastidores do Parazão fervem, já que na segunda-feira (6), clubes decidirão através de videoconferência os rumos da competição 2020.

O Campeonato Paraense é disputado desde 1908. Nos anos de 1909, 1911, 1912, 1935 e 1946 não foram disputados, de acordo com o historiador do futebol paraense Jorge Neves, que revelou os motivos das disputas não terem saído do papel.

“Esses anos em que a bola não rolou pelo Campeonato Paraense foram por motivos de divergências entre os clubes e a Federação Paraense de Futebol. O ano de 1946 foi o mais emblemático de todos, pois os clubes e a federação demoraram bastante na aprovação do regulamento da competição. Os dias foram passando, o ano acabando e ficou por isso mesmo, sem campeonato”, disse Jorge.

O historiador comentou o atual cenário em que o futebol está passando e acredita que o Parazão ainda será decidido em campo, mas caso contrário, o torcedor viverá algo jamais visto no futebol paraense.

“A paralisação foi correta, pois se trata de um problema de saúde. Torço para que a competição tenha um campeão dentro das quatro linhas e acredito em algo dessa forma, nem que se termine a competição de um ano para o outro. Mas caso encerre o campeonato com campeão ou não, estaremos vivendo um momento histórico”, destacou.

BATALHA JUDICIAL

O Parazão de 2020 não possui nada no regulamento que encerre a competição por motivo ce força maior. O encerramento do estadual  tendo o campeão com base na classificação, o campeonato corre o risco de acabar nos tribunais, já que envolve disputas diretas dos eternos rivais Remo e Paysandu, além de relembra o caso da Tuna Luso, com o título de 1988.

“É complicado falar em justiça, mas não podemos negar que essa possibilidade existe. Terminando antes do tempo e tendo um campeão, outros clubes podem se sentir prejudicado, ainda mais com Remo e Paysandu lutando para saber quem possui mais títulos. O título da Tuna em 1988 foi decidido nos tribunais, mesmo a FPF declarando o Paysandu campeão”, comentou.

LUSA

Em 1988, o Parazão era disputado em três turnos e teve uma divergência na interpretação do regulamento. O Paysandu venceu os dois primeiros turnos e se intitulou campeão e se recusou a jogar o terceiro turno. Remo, Tuna e Tiradentes disputaram, o Paysandu perdeu as partidas por WO e Tuna foi a melhor entre os três. A Lusa foi aos tribunais e conseguiu, quatro anos depois, reverter a situação e foi proclamada campeã estadual de 1988.

O Parazão está paralisado na 8ª rodada, faltando ainda duas rodadas para terminar a primeira fase. O Paysandu segue na liderança com 19 pontos, seguido do Remo com 17, Castanhal 14 e Paragominas 13, fechando o G-4 que estariam nas semifinais.