Tapetão, anos sem Parazão, paralisações: Historiador do futebol paraense conta curiosidades do estadual

O Parazão 2020 caminha para o terceiro mês de paralisação, mas se engana quem pensa que esta é a primeira vez que o torneio é interrompido por razões externas. A equipe de O Liberal conversou com o jornalista e historiador Jorginho Neves, que falou sobre a atual suspensão em comparação com edições anteriores.

"[O Campeonato Paraense ser] interrompido dessa forma é algo inédito pelo que lembre. Já tivemos duas competições sem decisão, ou melhor, a decisão não foi em campo e sim nos tribunais. O título do Paysandu em 1976 e da Tuna em 1988".

ANOS SEM PARAZÃO

De acordo com Jorginho, houve temporadas em que o estadual não ocorreu pela falta de acordo entre os clubes e as antigas versões da atual Federação Paraense de Futebol (FPF) - nos anos de 1909, 1911, 1912, 1935 e 1946.

"O ano de 1946 foi o mais atrapalhado, os clubes e a federação reuniam toda semana e nunca chegavam a um acordo. O tempo foi passando e quando se deram conta, o ano estava acabando. Aí ficou decidido que só haveria competição em 1947".

"DELAY" NA COMEMORAÇÃO

Outra curiosidade apresentada por Jorginho, é que até meados da década de 50, após a decisão do campeonato estadual, torcedores e imprensa aguardavam a homologação do título que era feita pela federação. "Geralmente demorava 2 ou 3 dias após a decisão, aí sim o titulo era comemorado".

PARALISAÇÃO PELA PANDEMIA DA COVID-19

Para o historiador, a paralisação do Parazão deste ano é um dos principais marcos na história do futebol paraense. "Nem a Gripe Espanhola(1918-1920) que matou mais de 50 milhões de pessoas no mundo interferiu no futebol paraense. Mas é uma decisão acertada, saúde sempre em primeiro lugar e ainda é cedo pra discutir sobre uma possível volta do futebol", finalizou.