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Jogador no Irã é acusado de traição e condenado à morte, por manifestação em favor das mulheres

Amir Nasr-Azadani é acusado de participar da morte de três policiais, durante protestos pela morte da jovem Mahsa Amini, de 22 anos

Luiz Guilherme Ramos
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Amir Nasr-Azadani, atleta de 26 anos que joga no  Iranjavan FC, do Irã, foi acusado de traição e condenado à morte, por se envolver em uma manifestação em favor das mulheres e, segundo a polícia, ter tido participação direta na morte de três policiais, durante os confrontos ocorridos no dia 25 de novembro, que têm tomado conta do país. 

O evento no qual o jogador teria se envolvido protesta pela morte da jovem Mahsa Amini. Azadani estaria entre os nove acusados pela morte dos oficiais. Ele foi detido dois dias após a manifestação e também responde à acusação de participar de um "grupo armado e organizado que tem a intenção de atacar a República Islâmica do Irã".

Depois do ocorrido, várias personalidades do futebol árabe se posicionaram pedindo a liberação do atleta, incluindo o ex-jogador do Bayern de Munique e seleção do Irã, Ali Karimi. O Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (FIFPro) soltou um comunicado dizendo-se "chocado" com as notícias e exige anulação da sentença. 

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Amir Nasr-Azadani é jogador profissional de 2015 e, além do  Iranjavan FC, atuou também por outros três clubes locais. 

Entenda o caso

O Irã é uma república islâmica localizada no Golfo Pérsico, que vive um regime autoritário, onde as mulheres têm seus direitos retirados e julgados com a morte, em caso de desrespeito às leis islâmicas. Por conta disso, o país vive a maior onda de protestos desde 2009. Milhares de pessoas estão nas ruas e o estopim foi a morte de Mahsa Amini, de 22 anos. 

Ela foi detida na capital Teerã, após violar as regras iranianas sobre o uso do hijab, o lanço tipicamente islâmico que sobre a cabeça das mulheres. Ao ser presa pela polícia, a jovem veio a óbito e o argumento das autoridades é de que ela sofreu um infarto. No entanto, as denúncias extra-oficiais dão conta de que ela foi atingida por um cassetete na cabeça e morreu. A divulgação de imagens da jovem desfalecendo na unidade policial revoltaram a população.  

Logo após o funeral de Mahsa, aconteceu o primeiro grande protesto nas ruas de Saqqez, oeste do país. Nesses encontros, as mulheres assumem grande protagonismo, por combater o regime e, propositalmente, andam com a cabeça descoberta, assim como Mahsa. Com o passar do tempo, a temática dos protestos ganhou novas bandeiras, que englobam o direito das mulheres e exigências por mais liberdade. 

Na esteira dos acontecimentos, alguns grupos pedem a deposição do estado iraniano. Inclusive é possível ver diversas bandeiras do império iraniano, extinto no início dos anos 80, após a instalação da revolução islâmica. Com base nisso, o governo tem respondido com austeridade, autorizando a pena de morte aos manifestantes presos. A primeira condenação deste tipo aconteceu no dia 14 de novembro.

A pessoa, que não teve o nome revelado, foi punida por  "perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional". Para sufocar as manifestações, o governo também alega  "ser inimigo de Deus" e "destruição internacional" a quem for preso protestando contra o atual governo, que é descendente direto da revolução islâmica, instaurada em 1979.

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