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Com clubes na Série C, Pará se vê superado por federações tradicionalmente menos competitivas

De acordo com presidente da FPF, estado foi ultrapassado por não investir nas categorias de base. Plano para o futuro é a criação das Copas Regionais. 

Caio Maia
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O Pará tem perdido representatividade nas competições nacionais de futebol. Um levantamento feito pelo Núcleo de Esportes de O Liberal revelou que, nos últimos cinco anos, o estado tem sido superado por federações tradicionalmente menos competitivas. A análise feita pela reportagem levou em consideração outros cinco estados da região Norte e Nordeste que, na temporada de 2017, estavam em condições iguais ou inferiores ao Pará em competições realizadas pela CBF.

Em 2017, os estados do Ceará, Alagoas, Mato Grosso do Sul, Maranhão e Amazonas tinham equipes inferiores às paraenses, levando em consideração a pirâmide de ligas do Brasil (Séries A, B, C e D). No entanto, a situação mudou drasticamente de figura em cinco temporadas. Confira:

2017

Pará: Paysandu na Série B e Remo na Série C
Alagoas: CRB na Série B; ASA e CSA na Série C
Amazonas: Princesa do Solimões e Fast na Série D
Ceará: Ceará na Série B e Fortaleza na Série C
Maranhão: Sampaio Correia e Moto Clube na Série C
Mato Grosso: Luverdense na Série B e Cuiabá na Série C

2022

Pará: Paysandu e Remo na Série C
Alagoas: CSA e CRB na Série B
Amazonas: Manaus na Série C e Amazonas na Série D (conseguiu acesso à Terceirona no final da temporada)
Ceará: Fortaleza e Ceará na Série A; e Atlético Cearense, Floresta e Ferroviário na Série C
Maranhão: Sampaio Correia na Série B
Mato Grosso: Cuiabá na Série A.

image Remo foi a última equipe do Pará a disputar a Série B (Cristino Martins/ O Liberal)

A situação é mais perceptível devido à consolidação de equipes em divisões superiores. No caso do Alagoas, por exemplo, o CSA chegou a frequentar a Série A em 2019, depois foi rebaixado, mas se consolidou como clube de Série B. Fato parecido ocorreu com o Ceará, que tem Vozão e Leão do Pici na Primeira Divisão há algumas temporadas. Já o Mato Grosso tem, neste ano, o Cuiabá na Série A pela segunda edição consecutiva.

"Estamos longe de terra arrasada", diz Gluck Paul

image Gluck Paul aposta em investimento nas categorias de base (Cláudio Pinheiro / O Liberal)

Sobre o assunto, a reportagem entrou em contato com o presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul. Segundo o mandatário do futebol no estado, "falta pouco" para que os grandes clubes do estado possam conseguir posições maiores na pirâmide do futebol brasileiro.

"Percebo que estamos muito longe de terra arrasada. A impressão que tenho é que falta um detalhe para que nossos times se consolidem em divisões melhores. Hoje, ao assumir a presidência da FPF, estou convencido que um desses pequenos detalhes é de responsabilidade da federação. Precisamos gerar mais competições, principalmente nas categorias de base", explica Ricardo.

De acordo com ele, não há calendário suficiente para que a categoria de base paraense se desenvolva. O mandatário da FPF acredita que com uma formação de jogadores mais sólida, novos talentos deverão surgir e o futebol paraense só tem a crescer.

"Nosso 'bioma' é muito frágil nesse sentido. Remo e Paysandu são heróis em conseguir se sustentar nas divisões que estão. Os demais clubes do estado são apenas sobreviventes. Outras federações do Brasil possuem mais jogos oficiais para a base. Isso gera mais atletas de alto nível, receita pela venda de jogadores e profissionalização dos clubes", argumenta.

Futuro está nas Copas Regionais

image Copas Regionais são soluções para o problema, diz federação (Divulgação / Ascom Remo)

Gluck Paul explica que, devido às grandes dimensões do estado, competições reunindo clubes de várias regiões são difíceis de serem realizadas, principalmente nas categorias de base. Portanto, um dos planos da nova gestão é criar Copas Regionais, para dar calendário à clubes em todas as partes do Pará.

"A nossa ideia é que no primeiro semestre tenhamos a disputa dessas copas. Um exemplo: existem 10 clubes em cada região do estado. Se fizermos um torneio de pontos corridos, ida e volta, teremos 18 jogos pra cada equipe. Então, os clubes de base saem de um cenário de dois ou três jogos no ano para um com quase 20. Essas copas, inclusive, podem classificar para os campeonatos sub-20 ou sub-17 no segundo semestre", contou.

O presidente finaliza que, com maior calendário para todas as equipes, problemas relacionados à profissionalização e capacitação de jogadores começam a ser sanados. A ideia é que, com bases fortes, os clubes do Pará voltem a frequentar divisões maiores no Brasileirão.

"Precisamos de uma grande quantidade de jogos para que a garotada crie lastro. Com as copas, aquele clube que não se classificou para a fase final do estadual, pelo menos jogou quase 20 jogos de copa. O fato da federação anteriormente organizar pouquíssimos campeonatos por ano é um fator que contribuiu para a distância entre o Pará e outros estados", finalizou.

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