Com calendário curto, Paysandu e Remo monitoram os atletas para evitar lesões

 A confirmação do calendário da Copa Verde, além da certeza do Campeonato Paraense e da Série C e dada à paralisação de três meses do calendário oficial em função da pandemia do novo coronavírus, resultarão num calendário tumultuado. Fala-se em, pelo menos, dois jogos por semana envolvendo os principais clubes do Pará: Paysandu e Remo. Este cenário pode proporcionar imprevistos relacionados a lesões musculares, prejudicando, elencos mais limitadas do ponto de vista de opções. 

Médicos 

Para evitar as contusões em excesso, o médico Paulo Augusto Fontes, ortopedista do Hapvida, recomendou avaliação particularizada. "Tem que ser bem avaliado, pois, com esse retorno aos trabalhos, após meses da pandemia, aumenta o risco de contusão em torno de 25%, por isso, precisa de avaliação pormenorizada. A incidência de lesões em atletas parados é maior", repetiu. Paulo chamou a atenção para manifestação de estresse, fadiga crônica, quadros ansiosos, depressão como fatores que aceleram os riscos de contusão. Remo 

No Remo, o fisiologista Erick Cavalcante foi instigado a abordar o assunto. O profissional explicitou o que a comissão técnica listou como essencial.  "Fazemos o controle da carga, e com o advento da ferramenta do Nasp (Núcleo de Saúde e Performance), temos mais instrumentação. Os atletas fizeram trabalho por conta própria (durante a pandemia) e agora todos os testes foram refeitos, legalmente, estamos num início de temporada", ressaltou. Segundo ele, no Leão, a dica é observar os treinos e retomá-los com extremo cuidado. "Dando a medida adequada. Fora os critérios médicos que envolvem o conceito da pandemia, diariamente temos feito monitoramento dos atletas. Queremos diminuir a carga do problema".

Paysandu

No Paysandu, a questão foi tratada pelo fisioterapeuta Junior Furtado. "Nós fizemos uma atividade de prevenção ampla, envolvendo várias áreas. Proporcionar o ganho da performance", disse. Furtado relembrou que o início da temporada 2020 foi bem-sucedida do ponto de vista clínico. "Foram quase três meses sem relato de lesão muscular. Porém, com a paralisação do campeonato, sem a supervisão como temos nos treinos presenciais, vieram os novos desafios", alega o profissional. "Teremos sete, seis meses de competição. Mais um mês de treinamento. Assim, identificamos como os atletas chegaram ao clube. Eles vêm de um período de inatividade. Envolvemos o planejamento com a percepção do atleta pós-carga. Qualquer tipo de sinal, sintoma que ele apresenta para fazer prevenção". Jr argumenta que a ideia é proporcionar uma condição equilibrada. "Correndo o risco de lesão, porém, com lesão controlada. Nada que fuja do controle".

Ricardo Gluck Paul 

O presidente do Paysandu, Ricardo Gluck Paul, voltou a ressaltar a preocupação com o calendário desorganizado. No momento, por exemplo, há jogos com  datas simultâneas entre Campeonato Brasileiro da Série C e o Campeonato Paraense. "Estamos vendo as federações se virando para arrumar uma situação melhor para os clubes em outros estados. Naturalmente, quem se antecipar terá vantagem. É verdade que no acordo que fizemos com a Federação (Paraense de Futebol), combinamos que o calendário estava aprovado, mas com Série C em agosto, teríamos que rever", disse. Gluck Paul ponderou que "ninguém está falando nada sobre isso", criticou. "As outras federações estão se antecipando. Já estarão jogando o Campeonato Brasileiro da Série C livre de estadual. Se dividirmos jogos com estadual há risco de contusão", finalizou.A reportagem procurou o vice-presidente da Federação Paraense de Futebol, Paulo Romano, que informou aguardar uma posição oficial da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a respeito da tabela da Série C para deliberar sobre as datas do Parazão. "O início (do estadual) não foi alterado! Iremos aguardar a tabela da CBF", declarou. Há uma hipótese provável de antecipação dos jogos do Parazão, ainda marcados para o início de agosto.