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Árbitro experiente, Dewson Freitas avalia nível do Campeonato Paraense: ‘Está bem abaixo’

Juiz faz parte do quadro de arbitragem da CBF e já esteve no seleto grupo da FIFA

Aila Beatriz Inete
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O árbitro paraense Dewson Freitas, de 41 anos, concedeu uma entrevista ao jornalista Celso Freire, na Rádio Liberal AM. No bate-papo, o juiz, que faz parte do quadro de arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), avaliou o atual cenário do futebol aqui no estado e disse que o nível está “bem abaixo” do restante do país. 

Dewson Freitas já esteve em destaque no cenário nacional. O trabalho do apitador em campo fez com que fosse o segundo paraense a entrar para o quadro de arbitragem da FIFA. O feito foi alcançado em 2015, no auge de sua carreira, mas, após algumas polêmicas, o árbitro perdeu o escudeto. 

Atualmente, ainda no quadro da Federação Paraense de Futebol (FPF) e da CBF, o apitador segue comandando jogos da Séries B e C do Campeonato Brasileiro e de competições regionais.

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Confira a entrevista do árbitro Dewson Freitas:  

OLiberal: Como tu enxergas o nível do futebol paraense?
Dewson Freitas: Vou ser bem sincero, o nível está bem abaixo. Hoje deixa muito a desejar. Falta muita coisa. Vai começar a Série C do Brasileiro, o que você me diz? As equipes estão preparadas? Não estão preparadas. E agora é ponto corrido, é todos contra todos e salve-se quem puder. Venho acompanhando os jogos pela televisão... meu Deus do céu. Que nível nós chegamos. Posso até estar enganado, mas para subir para Série B está complicado. Acho que, no mínimo, daqui a dois anos suba uma ou outra equipe. E a culpa não é dos campos. Todos os jogadores, treinadores, dirigentes sabem que o nosso clima é chuvoso. Então, se torna difícil jogar, a bola rolar, mas vamos jogar em que mês [sem chuva]? Não tem condições, só se mudasse o calendário brasileiro geral. Claro que nossos gramados deixam muito a desejar. Hoje só temos os estádios da Curuzu e do Baenão que você pode contar, que o resto pode refazer. E até esses dois não suportam a quantidade de água, se cair temporal alaga tudo. E providências nenhumas são tomadas. Estão empurrando com a barriga e aí não pode.

OL: Torcida faz influência sobre os árbitros? 
DF: Eu sempre falo que o árbitro precisa de uma rodagem e precisa ter uma preparação psicológica. Nós temos essa preparação aqui na região, que é feita mensalmente com os árbitros. O árbitro que liga para torcida, para fora do campo, fica totalmente desconcentrado. E eu já vejo por outro lado, eu gosto quando tem torcida, [porque] fica um clima bacana, você se sente um astro, mesmo eles [torcedores] nos xingando. O estádio sem torcida é complicado. A torcida não influencia nas minhas marcações.

OL: Quando um árbitro erra, existe algum tipo de “punição” ou reestruturação do profissional? 
DR: Existe uma equipe da Escola Nacional de Árbitros que analisa as partidas. Existe também um portal (site) exclusivo para os árbitros e lá vai a súmula e o relatório do inspetor/assessor que analisa o jogo. Ainda tem o inspetor de vídeo que fica em casa vendo e analisando a partida. Toda essa análise vai para o portal. Cada atitude do árbitro é analisada e é obrigatório ter esse feedback do lance com erro ou com acerto. Caso haja necessidade, o árbitro é punido, mas a punição é branda, fica apenas algumas rodadas fora do seu trabalho e depois retornam normalmente.

OL: Por que aqui no Brasil o VAR ainda demora muito?
DR: No Brasil, o árbitro assistente de vídeo (VAR, do inglês Vídeo Assistant Referee), se comparado a outros países, é muito mais lento. As decisões do VAR na Europa, por exemplo, são mais rápidas. Aqui o processo é lento porque ainda há todo um cuidado para quem está operando. Mas, muitas vezes, o árbitro não precisa consultar o VAR. Duas câmeras já são suficientes para uma conclusão. Quando buscam muitas câmeras aí é que demora. Se perde muito tempo.

(Aila Beatriz Inete, estagiária, sob supervisão de Pedro Cruz, coordenador do Núcleo de Esportes)

 

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