Ricardo Gluck Paul é reeleito presidente da FPF no quadriênio 2026-2029
Chapa do presidente é composta por Ricardo Oliveira, Danielle Almeida, Sandeclei Monte, Helinho Júnior e Emerson Dias.
O presidente da Federação Paraense de Futebol (FPF), Ricardo Gluck Paul, foi reeleito para presidir a entidade no quadriênio de 2026 a 2029. A posse do segundo mandato do atual vice-presidente da CBF ocorrerá em julho de 2026.
“Essa recondução é muito marcante. Ter 100% do colégio eleitoral validando a eleição é um voto de credibilidade e confiança”, afirmou Gluck Paul, em entrevista ao Núcleo de Esportes de O Liberal
A administração de Ricardo elevou o número de competições oficiais anuais no Pará, de cinco para mais de trinta. O aumento representa um crescimento superior a 500% na atividade esportiva promovida pela entidade nos últimos anos.
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Sob a liderança do presidente, houve uma reformulação dos torneios profissionais, que agora contam com as séries A1, A2 e A3, todas disputadas por doze clubes. Esse modelo permitiu um investimento inédito, especialmente direcionado às competições de acesso ao longo da pirâmide futebolística.
A gestão também criou a Copa Grão-Pará e a Supercopa Grão-Pará, ampliando o calendário dos times e reforçando a representatividade das agremiações. Além disso, o suporte ao futebol amador foi fortalecido, dobrando o investimento do programa FPF Realiza em apenas dois anos, passando de R$ 300 mil para R$ 600 mil.
O trabalho de Gluck Paul também se concentrou em atrair grandes eventos esportivos para o Pará. A realização da partida da Seleção Brasileira contra a Bolívia, válida pelas Eliminatórias da Copa de 2026, e a disputa da Supercopa Rei do Brasil entre Flamengo e Botafogo comprovam o esforço.
Nova vice-presidência
A composição da vice-presidência da FPF foi considerada por ele um dos pontos altos do processo eleitoral. Para o novo ciclo, o presidente aclamado terá uma diretoria composta pelos vice-presidentes Ricardo Oliveira, Danielle Almeida, Sandeclei Monte, Helinho Júnior e Emerson Dias.
“Agora temos uma vice-presidência diversa. Pela primeira vez na história, haverá uma mulher no cargo, além do primeiro ex-atleta profissional. Isso é bastante relevante. Também temos representantes de ligas, clubes amadores e profissionais. É uma composição plural”, destacou.
Quadriênio de dificuldades
Durante a primeira gestão de Gluck Paul como presidente da FPF, houve diversas polêmicas e irregularidades envolvendo o Campeonato Paraense e a transparência da administração da entidade que cuida do futebol paraense. Segundo o dirigente, a vitória tem peso simbólico por ter acontecido após um período turbulento nos bastidores da federação.
“Foi um período muito duro, especialmente nos últimos dois meses. Tivemos pressões internas injustas e desalinhadas com o futebol paraense. Por um tempo, parou-se de discutir futebol para discutir outras coisas. Apesar disso, superamos com muito diálogo”, disse.
Gluck Paul ressaltou que não gosta de usar o termo “articulação”, mas destacou a capacidade de construir pontes com diferentes setores. “Conseguimos fazer um movimento de união pelo futebol. Acho que essa é a marca dessa eleição”, completou.
Problemas em 2023
Eleito em 2022, Gluck Paul enfrentou problemas com o principal campeonato do estado. Em 2023, o Campeonato Paraense foi adiado por decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), em virtude de um recurso apresentado pelo Paragominas relacionado à edição anterior, envolvendo o meia Hatos, ex-Bragantino.
A competição, inicialmente prevista para começar em 21 de janeiro de 2023, foi liberada para início em 31 de janeiro de 2023, com exceção das partidas envolvendo o Bragantino. Posteriormente, em 8 de fevereiro de 2023, o STJD decidiu manter o Bragantino na Segunda Divisão, permitindo a continuidade regular do campeonato.
Problemas em 2024
Já em 2024, durante as finais do Parazão, o Clube do Remo solicitou ao TJD-PA a impugnação da primeira partida da final, na qual o Paysandu venceu por 2 a 0, alegando interferência indevida do árbitro principal no VAR. Em 12 de abril de 2024, o TJD-PA acatou o pedido do Remo, determinando a não homologação do resultado e a suspensão das premiações até uma decisão final.
O Paysandu recorreu ao STJD, que, em 13 de abril de 2024, derrubou a decisão do TJD-PA, permitindo a continuidade do campeonato e a realização do segundo jogo da final, conforme programado. Posteriormente, em 13 de setembro de 2024, o STJD rejeitou o recurso do Remo, confirmando o título do Campeonato Paraense de 2024 para o Papão.
Além disso, o presidente também admitiu que a manutenção dos gramados dos estádios do Parazão era um "ponto fraco" do campeonato e uma falha da federação.
Problemas em 2025
Neste ano, houve uma crise no Campeonato Paraense de 2025 envolvendo a perda de pontos de clubes como o Capitão Poço e o Tuna, devido à suposta inscrição irregular de atletas. Com isso, a competição voltou a ser paralisada do dia 7 de março até o dia 26. Gluck Paul afirmou que a fiscalização dos clubes não era papel da federação.
Avanços e próximos passos
Ricardo afirmou que o futebol paraense vive um ciclo de crescimento, com mais competições, maior número de jogos e torneios reestruturados. Como exemplo, lembrou a mudança no financiamento das divisões de acesso.
“Há quatro anos, os clubes pediam apenas ajuda para pagar a ambulância dos jogos. Hoje, nós bancamos ambulância, médico, delegados, arbitragem e ainda oferecemos cotas de participação. O desafio agora é fazer essas competições crescerem ainda mais, com contratos de transmissão e de publicidade”, explicou.
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