Vendas de veículos novos têm queda de até 50% em janeiro no Pará

Pior desempenho foi o de automóveis. Veículos seminovos também tiveram vendas menores no mês passado.

Elisa Vaz

A venda de veículos novos no Pará caiu no mês de janeiro, de acordo com dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Os comerciais leves e os automóveis tiveram uma retração de 30,21% e 50,11%, respectivamente, enquanto as motos sofreram queda de 32,5%. Quanto aos caminhões e ônibus, as reduções foram de 40,75% e 1,82%, nesta ordem.

Gerente geral da concessionária RRChevrolet de Belém e de Ananindeua, Emerson Rodrigues diz que também foi registrada uma queda nas vendas da loja em janeiro, mas em um percentual bem inferior ao restante do Pará, de 13,2%, na comparação com dezembro. “Analisando a retração do Estado e a nossa, a diferença é de 30 pontos, então, se nós tivéssemos acompanhado, a queda seria bem maior”, diz.

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Segundo Emerson, normalmente, as vendas de dezembro superam as de janeiro, principalmente por conta do comércio, que tende a ser mais aquecido, e também porque os clientes buscam economizar com o emplacamento de dezembro, antes da virada do ano. “Isso faz toda a diferença, é para não pagar o valor mais alto do IPVA. Acreditamos que sejam esses dois fatores. Janeiro tende mesmo a ser mais desafiador que dezembro”.

Na comparação com o mesmo mês do ano passado, no entanto, em alguns casos o cenário foi oposto, a exemplo dos comerciais leves, cujas vendas cresceram 27,34% em um ano. As motos também foram 45,66% mais vendidas no comparativo entre janeiro de 2022 e janeiro de 2023, assim como os ônibus (116%) e os caminhões (23,57%). Apenas os automóveis apresentaram queda, de 5,91%.

O mesmo cenário de crescimento foi registrado pela RRChevrolet em Belém e Ananindeua. Emerson Rodrigues, que é gerente geral, diz que o percentual de alta ficou em 27% na concessionária. O que ajudou a manter as vendas em janeiro deste ano foi a política de condições oferecidas na hora da compra e o atendimento, na opinião dele. “Temos sempre as melhores condições, os melhores financiamentos junto aos bancos e o melhor atendimento. Foi bem mais acentuado em janeiro de 2023 do que em 2022. E acho que é um reflexo também da recuperação econômica”, opina.

Seminovos

O mercado de veículos seminovos também não teve um desempenho bom em janeiro, na comparação com dezembro, segundo dados da Associação dos Revendedores de Veículos Automotores no Estado do Pará (Assovepa). As maiores quedas de vendas registradas foram de comerciais pesados (-27,3%) e comerciais leves (-23,5%), além de automóveis (-17,5%) e motos (-15,8%).

Presidente da Assovepa, Aldo Oliveira diz que existem alguns motivos que explicam tais quedas recorrentes entre dezembro e janeiro, dentre os quais cita o fato de o mês de dezembro ser “atípico”. “As pessoas usam seu décimo terceiro salário para dar entrada no carro e, assim, tentar amortizar as parcelas do financiamento. O desejo de ter um carro para viajar nas férias de dezembro também é um motivo relevante para explicar esse tradicional aumento de vendas nesse mês”, avalia.

Aldo afirma que janeiro tende a ser um desafio, porque os clientes já usaram a renda extra do fim do ano. Além disso, ele acha que a chegada de um ano novo, com novo governo e incertezas econômicas, pode desmotivar alguns compradores. Devido a esse fatores, o setor tende a criar estratégias para continuar vendendo de maneira satisfatória, como investimentos em feirões, promoções, marketing criativo e outros.

Em relação a janeiro do ano passado, todos os segmentos de veículos registraram altas nas vendas, nesta ordem de crescimento: motos (40,3%), comerciais pesados (28,4%), automóveis (26,1%) e comerciais leves (15,8%). “Na minha opinião, esse pequeno aumento nas vendas não é sinal claro de plena recuperação econômica, haja vista que devemos ponderar outras variáveis complexas de se aferir além do mero aumento das vendas. Deve-se ponderar se houve um aumento responsável ou não na oferta de crédito, assim como a questão das taxas de juros e a relação de tais variáveis com os índices de inflação, taxas de emprego, desemprego etc”, argumenta Aldo.

Mesmo assim, o presidente da Assovepa destaca que o aumento de vendas é vantajoso para o setor, assim como a tendência de aumento de crédito na praça, porque, com mais dinheiro circulando, maior a probabilidade de vendas de automóveis e outros produtos e serviços.

A pesquisa da Assovepa ainda mostra os tipos de veículos mais comprados por tempo de uso. Os mais populares, com 5.533 unidades vendidas em janeiro, são os usados jovens, de quatro a oito anos. Depois, aparecem os seminovos, de zero a três anos de uso, com 4.122 vendas. Atrás deles, vêm os usados maduros, de nove a 12 anos, com 3.250 unidades; e os “velhinhos”, de 13 anos ou mais, que tiveram 2.183 vendas.

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