Varejo tem melhor julho em 6 anos, mas crescimento consistente ainda é dúvida

É a terceira alta mensal consecutiva, com as vendas acumulando elevação de 1,6%

Reuters
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As vendas no varejo brasileiro surpreenderam ao registrarem o melhor julho em seis anos, puxadas por crescimento generalizado nos setores pesquisados, num sinal de algum ganho de tração na economia no começo do terceiro trimestre.

O resultado de junho foi revisado para cima, numa indicação de que a atividade acelerou o ritmo já no fim do segundo trimestre, quando a economia surpreendeu com crescimento mais forte e escapou de uma recessão técnica.

O volume de vendas no varejo cresceu 1,0% em julho sobre junho, com ajuste sazonal, mostraram nesta quarta-feira (11) dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). É o melhor desempenho para o mês desde 2013. Em julho daquele ano, as vendas haviam aumentado 2,7%.

Para qualquer mês, a alta é a mais forte desde novembro de 2018 (+3,2%).

É a terceira alta mensal consecutiva, período em que as vendas acumularam elevação de 1,6%. Os números do varejo em junho foram revisados para mostrarem crescimento de 0,5%, contra acréscimo de 0,1% divulgado anteriormente.

"(O crescimento) tem a ver com mais gente no mercado de trabalho, mais oferta de crédito e queda nos juros. Tivemos uma melhora nas condições econômicas em julho", afirmou a economista e gerente da pesquisa mensal de comércio, Isabella Nunes.

A economista ressalvou, porém, que o perfil da inserção de pessoas no mercado de trabalho --com trabalhadores por conta própria ou na informalidade-- ainda não garante um crescimento consistente no varejo.

"Para ganharem um novo patamar as vendas precisam que a renda do trabalhador aumente mais. E ela (a renda) se encontra estável nos últimos meses", completou.

Com o resultado de julho, o patamar de vendas no setor varejista voltou a ficar próximo do de junho de 2015, mas ainda está 5,3% abaixo do nível recorde alcançado em outubro de 2014.

SETORES

Sete das oito atividades pesquisadas cresceram em julho. Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+1,3%) --setor de maior peso--, Outros artigos de uso pessoal e doméstico (+2,2%) e Móveis e eletrodomésticos (+1,6%) exerceram as maiores influências positivas.

Apenas o segmento de Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-1,6%) teve queda em julho.

A média móvel do trimestre encerrada em julho (+0,5%) mostrou aceleração no ritmo das vendas ante o trimestre encerrado em junho (+0,1%).

Sobre julho do ano passado, as vendas no varejo subiram 4,3% --maior taxa para essa comparação desde novembro de 2018 (+4,5%), na quarta alta seguida.

"Julho deste ano teve um dia útil a mais que julho de 2018. Sem esse dia útil a mais o crescimento ante julho de 2018 seria de 3,2% em vez de 4,3%", disse Nunes.

Para meses de julho, o resultado da comparação anual é o mais forte desde 2013 (+6,1%).

Em 12 meses, as vendas subiram 1,6% até julho, ante crescimento de 1,2% no período até junho.

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