Bares e restaurantes: uma semana após flexibilização, empresários falam em aumento nas vendas
Proprietários de estabelecimentos contam que estão observando movimento atípico, acima do que vinha sendo registrado
Com a diminuição dos números de morte por Covid-19 no Pará e, por isso, a flexibilização das regras de distanciamento, donos de bares e restaurantes começam a falar sobre recuperação do faturamento. A proprietária do Sinhá, Franciele Rebonatto, um restaurante tradicional localizado no bairro da Campina, conta que neste início de mês já contabiliza em torno de 25% de aumento nos lucros e, com o bandeiramento verde, anunciado pelo governo do estado na última sexta-feira (9), a expectativa é do crescimento voltar ao “normal”.
“Segunda-feira agora, inclusive, a gente foi surpreendido pelo movimento, porque pensamos que, por ser volta de final de semana, seria mais lento, mas fomos surpreendidos por um movimento bem atípico, fora do que a gente esperava e estava acostumado nesses últimos meses”, conta a dona do estabelecimento, localizado bem no centro comercial de Belém. Franciele revela que o ânimo começou a melhorar após a contabilização dos resultados, após um longo período difícil.
Apesar de ser mês de férias, a empresária afirma que o movimento nos dias de semana tem compensado, mas, por questões de segurança e logística, ainda vai optar por permanecer com os 50% da capacidade de lotação – o decreto publicado na sexta-feira autoriza os bares e restaurantes da Região Metropolitana de Belém a funcionarem com 75% da capacidade e horário de funcionamento irrestrito.
“As pessoas estão com menos medo, mas ainda não estou usando a capacidade real que temos por uma questão de logística, pelo que vínhamos adotando antes, que é de 50%. Já estamos unindo mesas, permitimos mais pessoas, e estamos com um movimento bem legal até agora, metade de julho, apesar de ser férias, então vamos vendo o comportamento dos clientes”, concluiu.
O proprietário de um pub e um bar localizados em Nazaré e Umarizal, no centro da cidade, Iuri Fernandes, conta que a última terça-feira (13) registrou um movimento de sexta-feira. “Nós faturamos o que faturamos em uma sexta, que é um dia de muito pico à noite, e funcionando até 1h da manhã, e às sextas levamos até 4h”, pontuou. O estabelecimento caiu 50% do faturamento de antes de começar a pandemia, após reabrir em setembro do ano passado.
Com a chegada do mês de julho, a expectativa é que os dias de semana garantam os lucros dos negócios, que, segundo Iuri, hoje possuem um novo modelo. “Trabalhando com a ideia de que a gente tinha 100% de lucro, em um modelo de negócio, caímos pela metade, e no último mês recuperamos 20%. Mas hoje eu vejo que esse modelo estava errado e quando eu voltar a bater os 100%, o lucro vai ser muito maior”, ressalta.
Iuri lembra que precisou se reinventar para não ir à falência e, após sete meses fechados, agora volta a recontratar funcionários e vem em uma crescente de faturamento. “Quando veio a segunda onda esse ano, tentamos abrir meio dia e ir até às 18h, mas não funcionou, então funcionar 3h por dia não tinha como faturar. As pessoas chegam nos lugares 21h em Belém, mas temos uma demanda reprimida, as pessoas querem sair, então aumentamos pedidos com fornecedores porque a tendência é o movimento aumentar ainda mais”, conclui.
Bandeiramento verde
A partir da publicação do decreto, fica permitida a realização de eventos privados em locais fechados com até 300 pessoas, limitada à lotação máxima de 75% da capacidade do estabelecimento. Também está permitido o funcionamento, sem limitação de horário, de restaurantes, bares e estabelecimentos afins, desde que sejam seguidos os protocolos de prevenção contra o coronavírus.
Seguem proibidos e permanecem fechados, no entanto, boates, casas noturnas, casas de show e estabelecimentos similares, bem como a realização de shows e festas abertas ao público. Também estão suspensas as aglomerações em locais públicos, com quantidade acima de 300 pessoas. Também segue sem autorização a presença de público em eventos esportivos.
A determinação vale para a Região Metropolitana I – Ananindeua, Belém, Benevides, Marituba e Santa Bárbara do Pará; além da Metropolitana II, Marajó Oriental, Baixo Tocantins e Nordeste do Pará. As demais regiões de saúde do Estado permanecem em bandeiramento amarelo, de risco intermediário.
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