Redução no preço do diesel deve baratear prateleiras dos supermercados

Ontem (11) a Petrobras anunciou que o litro do combustível passa a custar R$ 5,19; com queda de R$ 0,22, ou 4,07%

Daleth Oliveira

Em vigor a partir de hoje (12), o novo preço do óleo diesel, que caiu 4,07%, deve reduzir outros custos dos consumidores, como alimentação. Isso porque grande parte da mercadoria comercializada nos supermercados vem de fora, e o valor desses itens é diretamente ligado ao preço do frete, influenciado pelo diesel, combustível que abastece os caminhões e transportes de carga.

Esta é a segunda redução em uma semana. No dia 5, a Petrobras reduziu em 3,57% o valor vendido às distribuidoras, ou seja, o acumulado da baixa é de 7,64% e nas refinarias, o diesel passará a ser vendido a R$ 5,19. O presidente da Associação Paraense de Supermercados (Aspas), Jorge Portugal, está otimista em como o novo preço do óleo vai baratear os alimentos e demais produtos básicos aos consumidores.

“Há dias estamos percebendo o barateamento nos supermercados provocado pela redução dos combustíveis, além de que a indústria já vem recuando com preços de vários alimentos, como óleo de soja, leite, feijão e arroz. Agora, com esse novo abatimento aprovado pela Petrobras, a expectativa é de produtos mais baratos, beneficiando a população”, diz Jorge.

O chefe da Aspas enfatiza que a variação do preço dos combustíveis influencia na composição dos preços dos produtos. “Com certeza o custo do óleo nas refinarias altera o preço do frete que é repassado aos consumidores finais. Ele não é o único responsável pela elevação ou diminuição dos valores dos alimentos, mas é um dos componentes importantes que geram alto impacto no custo da nossa cesta básica”, complementa.

Para o presidente do Sindicato dos Caminhoneiros Autônomos do Estado do Pará (Sindicam), Eurico Tadeu, a redução anunciada pela petroleira nesta quinta-feira (11) só irá beneficiar consumidores finais, se os postos de combustíveis também acompanharem as refinarias.

“Se não tiver uma fiscalização efetiva do Procon e da Agência Nacional do Petróleo nos postos, em nada essa redução vai resolver. Lá atrás, quando baixou o imposto ICMS, passaram quase 30 dias para baixar o preço. Nós só pagamos pelo diesel mais barato quando os órgãos fiscalizaram. Com a redução do dia 5, até hoje não reduziu nada nos postos. Vamos ver se agora, com mais essa diminuição, o óleo fica mais barato”, reclama o líder sindical.

Eurico denuncia ainda que os aumentos dos preços anunciados pela Petrobras sempre gera reajuste no mesmo dia, o que não ocorre quando a petroleira opta pela redução. “Quando é para aumentar nos postos, a coisa é rápida. Mas para baixar, é uma dificuldade. Sem esse repasse, não tem como baratear o frete, por isso a cesta básica também fica mais cara”, relata Eurico.

“Nós ainda sofremos com venda casada, onde as empresas que contratam o frete determinam qual posto devemos abastecer, e então, os motoristas não conseguem escolher qual posto abastecer, onde é mais barato e vantajoso para o caminhoneiro. Por isso, nosso frete acaba saindo ainda mais caro”, denuncia o presidente do Sindicam.

De acordo com a Petrobras, a redução "acompanha a evolução dos preços de referência, que se estabilizaram em patamar inferior para o diesel, e é coerente com a prática de preços da Petrobras, que busca o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse para os preços internos da volatilidade conjuntural das cotações internacionais e da taxa de câmbio".

Considerando a mistura obrigatória de 90% de diesel A e 10% de biodiesel para a composição do diesel comercializado nos postos, a petroleira diz que a parcela da empresa no preço ao consumidor passará de R$ 4,87, em média, para R$ 4,67 a cada litro vendido na bomba.

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