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Reabertura do comércio de Belém pode ser definida nesta sexta

Prefeito Zenaldo Coutinho deve divulgar as próximas medidas após reunião com representantes das áreas de economia e saúde

Keila Ferreira

Nesta sexta-feira (29), o prefeito Zenaldo Coutinho deve definir o cronograma de retorno das atividades econômicas na capital paraense. Após uma semana de intensas reuniões com representantes das áreas de economia e saúde, órgãos de fiscalização, empresários, ambulantes e trabalhadores, ele vai reavaliar o Decreto Municipal nº 96.340/2020, de 25 de maio de 2020, que manteve o atendimento ao público apenas das atividades consideradas essenciais. Uma última reunião está prevista para a tarde desta sexta e, somente depois, o prefeito irá divulgar as próximas medidas.

Serão levados em consideração os dados que mostram redução no número de atendimentos e ocupação nas unidades de saúde de Belém, ao mesmo tempo em que o Ministério da Saúde anunciou a transferência de mais 30 respiradores para a cidade. Vai pesar na decisão, ainda, os indicadores econômicos que mostram queda de faturamento das empresas e aumento no índice de desemprego.

Somente em abril, conforme os levantamentos apresentados durante as reuniões, cerca de 4.500 postos de trabalho foram fechados em Belém. A capital paraense já soma 102 mil pessoas desempregadas, segundo o Departamento de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), que tem participado tanto das reuniões do Comitê Técnico, formado por um grupo menor, para a análise dos dados, quanto do chamado “Comitê de retorno”, que abrange representantes de vários setores da economia, empresários, ambulantes, trabalhadores, instituições religiosas e o pessoal da área de saúde.  

Na última quarta-feira, Zenaldo informou sobre a reunião com a equipe técnica. “Foi uma apresentação muito importante dos levantamentos técnicos feitos esta semana, dos indicadores da saúde, com indicadores fantástico de redução das ocorrências de covid dentro de Belém e também os indicadores que são muito dramáticos da economia. Essa apresentação acabou demorando, pelo grau de dificuldade e complexidade dos levantamentos feitos pela equipe técnica”, disse o prefeito, em vídeo publicado nas redes sociais, anunciando que se reuniria, nesta quinta-feira (28), com os órgãos de fiscalização e controle, como Ministério Público, Tribunal de Contas e Defensoria Pública.

“No momento que nós vamos compartilhar esses indicadores que são positivos da saúde e os indicadores muito preocupantes e dramáticos da economia, para que eles também tenham o nível de informação adequada para saberem porque nós estaremos tomando esta ou aquela decisão”, adiantou.

Sobre os respiradores transferidos para Belém, Zenaldo Coutinho informou que eles seriam levados para o hospital Dom Zico, Pronto Socorro da 14, Pronto Socorro do Guamá e para o Hospital de Mosqueiro.

“Será também um indicador muito importante para a nossa decisão de sexta-feira. Ou seja, nós estamos cuidando com a aquisição de medicamentos, estrutura e mais os respiradores, que é a transferência do Governo Federal. Muito obrigada, ficamos felizes neste momento de necessidade, demanda e aflição que estamos vivendo, para adotarmos medidas urgentes na nossa cidade, acolhendo os pacientes e também tendo a segurança para a adoção de algumas medidas que precisamos tomar”, declarou.

Presidente do Sindicato dos Lojistas de Belém (Sindilojas), Joy Colares reforça que, até quinta, nada havia sido definido durante as reuniões. 

“Esses números são em termos de economia, faturamento e dados trabalhistas e também participou a equipe de saúde, para trazer os números da saúde. Como resultado, foram criados dois relatórios, o econômico e trabalhista e o de saúde. Eles foram apresentados ontem à tarde (quarta-feira, 27), na reunião do Comitê (de retorno)”, relata.

Na área da saúde, segundo ele, os relatórios apresentados apontam uma queda no número de atendimento. Já na economia, os dados mostram tanto a queda de faturamento do setor de comércio, quanto um significativo número de demissões, chegando a quase 5 mil, só no mês de abril.

“Amanhã (sexta), de acordo com o resultado dessa reunião de hoje (quinta, 29), ele vai, baseado nos números, definir qual o calendário de volta do funcionamento das atividades econômicas do município de Belém”, declarou Joy. “Foi fundamental a doação feita pelo Ministério da Saúde, ontem, de 30 respiradores. Esse é um ponto importante, que a equipe de saúde vai levar em consideração para ver qual o impacto das diversas atividades econômicas voltarem a funcionar”, enfatiza.

Economia

O supervisor técnico do Dieese/PA, Roberto Sena, observa que a economia do município gira em torno dos setores de comércio e serviços e os dois foram fortemente afetados em razão da pandemia.

“O total de desempregados hoje na capital gira em torno de 100 mil pessoas. Só no primeiro trimestre desse ano (janeiro a março), comparado com o último trimestre do ano anterior (outubro a dezembro de 2019), tivemos 15 mil pessoas a mais desempregadas, crescimento de 18,6%”, declarou.

Segundo ele, isso foi apresentado ao prefeito de Belém e aos demais membros dos comitês. “Mostrando que a situação de um lado é saúde e do outro lado as condições de desemprego”. Ainda segundo Roberto Sena, a informalidade na capital está alcançando 229 mil pessoas. Pelas estimativas do Dieese, só de ambulantes, o número gira em torno de 10 mil pessoas, chegando a 15 mil ao se levar em conta toda a Região Metropolitana de Belém.  

“Esses números mostram a preocupação no sentido de que nós temos que pensar em abertura, concomitantemente com a questão da saúde. A ideia é que a gente tenha esse mapa fechado e quem vai dizer onde vai abrir e o que é a área da saúde. Essa parte da abertura nós não dizemos nada, porque não temos expertise”, reforça.

Belém perdeu em abril cerca de 4.500 postos de trabalho com carteira assinada. “O primeiro trimestre, com apenas um mês da pandemia, fechou com dados alarmantes e esse número pode dobrar. Teve desemprego e vai aumentar, só não sabemos que tamanho. Se abrisse tudo hoje, não recuperaria os empregos a curto prazo”, concluiu.

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Economia
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