PRONAMPE: Recursos para micro e pequenas empresas esgotam em 24 horas

Desde a primeira etapa do programa, foram realizadas 9.581 operações de crédito no Pará

Débora Soares

O Pará já contratou 2.073 operações de créditos apenas na nova fase do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), o equivalente a R$ 177,884 milhões. O benefício foi liberado para micro e pequenas empresas desde a semana passada e até o dia 13 de julho. Desde a primeira etapa do programa, o total de recursos disponibilizados pelo governo federal no Estado soma R$ 813,4 millhões, por meio de 9.581 operações, segundo informações do Banco do Brasil. 

O Banco divulgou que em menos de 24 horas da liberação os recursos já foram esgotados. Houve a contração de 36 mil operações, o que equivale a um total de R$ 3,2 bilhões contratados, uma média de R$ 89 mil para cada solicitante.

O Pronampe é um recurso ofertado pelo Governo Federal, desde maio do ano passado, para ajudar os pequenos empresários a terem condições financeiras de manter seus negócios durante o enfrentamento da crise econômica gerada pelo novo coronavírus. O objetivo principal é disponibilizar recursos para a manutenção das atividades cotidianas das empresas para evitar o seu fechamento e promover a preservação do quadro de funcionários e que também possam gerar novos empregos formais e informais.

Para o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) o crédito irá injetar recursos na economia paraense e ajudar no retorno de investimentos desse setor que foi um dos mais afetados durante a pandemia. “A possibilidade de um pequeno negócio poder acessar até 150 mil reais para investir e reestruturar o empreendimento nesse momento de reconstrução e de retorno às atividades é muito bem-vinda. Microempresas e Empresas de Pequeno Porte que estejam aptas a obter o crédito do Pronampe precisam ter cautela e se planejar para que as prestações que virão estejam dentro da sua capacidade de pagamento.  Vai ser uma injeção de recursos na economia, o que é sempre visto com muitos bons olhos pelo Sebrae”, afirma o diretor-superintendente do Sebrae no Pará, Rubens Magno.

A expectativa para o segundo semestre das empresas de pequeno porte é de que o crédito oferecido pelo Pronampe possibilite um alívio para o setor. “Nossas expectativas são muito positivas, pois acreditamos na força dos pequenos negócios que vêm sustentando a economia brasileira nessa pandemia. Com recursos que possa investir, pagar dívidas ou até mesmo reformar seu negócio, tudo fica mais fácil, o dinheiro circula e a economia sai da estagnação”, acrescenta o superintendente.

Mas o vice-presidente da Federação das Associações Comerciais e Industriais do Pará (Faciapa), Fábio Lúcio Costa, afirma que mesmo com o auxílio o cenário ainda não será favorável e apenas com a retomada da economia geral é que as empresas poderão, de fato, iniciar a recuperação. “Todas as empresas precisam ser socorridas, só que umas mais e outras menos. Vamos ter um alívio, mas a grande questão para a sobrevivência das empresas não é só o dinheiro, porque ele ajuda a pagar as despesas correntes, mas o que a gente precisa é que a economia gire. Não adianta a gente receber crédito agora suficiente para pagar as despesas e a economia não decolar. É uma ajuda, sem dúvida, mas infelizmente ainda é insuficiente”, comenta.

Ele explica ainda que é através do aumento da confiança do consumidor de voltar a comprar que essa retomada começará a ser efetiva. “O que a gente precisa é que aumente a confiança do consumidor e das empresas. As pessoas estão retendo muito o seu dinheiro e evitando realizar compras, preocupadas com o futuro e o curso que a pandemia ainda poderá tomar. Para que a economia volte a girar, ela depende da confiança das pessoas em voltar a comprar, em se vacinar e na preocupação de que ainda possa vir a terceira onda”,  relata.

Esses recursos podem ser usados para manter o capital de giro e possuem taxas menores do que as disponibilizadas normalmente pelos bancos. A taxa de juros anual máxima será igual à taxa Selic, atualmente em 4,25% ao ano, acrescida de 6% sobre o valor concedido. O valor poderá ser parcelado em até 48 parcelas e terá carência de 11 meses para que seja efetuado o primeiro pagamento. As operações poderão ser contratadas apenas com aval dos sócios, o que reduzirá tanto os custos com cartórios quanto o tempo para a operacionalização do negócio. 

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