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Presidente do Remo afirma que retorno de jogos com público é economicamente inviável

Dieese analisa que valor estimado, de R$ 200 a R$ 250, não cabe no bolso do torcedor

Abilio Dantas/ O Liberal
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O presidente do Clube do Remo, Fábio Bentes, declarou que o retorno de 20% do público de futebol aos estádios é economicamente inviável. Segundo ele, para que as despesas de realização dos eventos sejam equiparadas seria necessária a cobrança de ingressos na faixa entre R$ 200 e R$ 250. “Vamos ter a reunião da CBF na quarta (8), às 12h, para definir sobre liberação de público. Se for aprovado, vou sentar com a diretoria e fazer contas”, declarou.

O economista e técnico em pesquisa econômica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos do Pará (Dieese-PA), Everson Costa, avalia que a fala do presidente do Remo foi no sentido de mostrar que o retorno não tem viabilidade financeira, e não de defender que sejam cobrados os valores estimados. “Seria impraticável, não é a realidade do torcedor paraense. Ele está dizendo que o valor seria necessário para empatar os custos com o rendimento do retorno com o público reduzido. O perfil do ingresso do futebol do Pará não é o mesmo de outros lugares, pois a nossa renda média não dá conta de uma compra nesse nível”, explica.

O preço de R$ 250, ainda que fosse praticado, na atual conjuntura somente poderia comprar o ingresso quem possui quantias consideráveis de dinheiro guardadas, afirma o economista. “Um quilo de carne equivale hoje a um dia de salário de quem ganha um salário mínimo (R$ 1.100). Quem é assalariado, gasta metade do que ganha para comprar uma cesta básica. Abrir mão da alimentação da família, de remédio, do pagamento da habitação, mesmo para quem ganha um pouco mais de um salário, para poder assistir um espetáculo de futebol? O preço teria que ser muito convidativo e dentro da realidade social. A distância entre o custo da partida e a condição para as pessoas pagarem os ingressos, para a grande massa, infelizmente é muito grande”, diz Everson Costa.

A possibilidade do gasto com lazer, tendo em vista a realidade econômica atual da população paraense, de acordo com o economista, está muito restrita. “Estamos vivendo um momento de alta extraordinária do custo de energia elétrica, combustíveis, alimentação e itens básicos. A soma que temos causa a redução da capacidade de compra das pessoas. É claro que há exceções, de repente existem pessoas que conseguem padrão de consumo e lazer, mas para a maioria das pessoas é inviável pensar em gastos maiores com lazer”, conclui.

O portal O Liberal.com realizou enquete sobre o assunto na tarde de ontem. A maioria dos internautas desaprova o aumento do preço dos ingressos no retorno do público aos estádios do Pará. Cerca de 91% dos 179 votantes disseram que são contra o reajuste nas entradas, enquanto cerca de 9% são a favor.

O valor mais "salgado" dos ingressos foi estimado depois que a Prefeitura de Belém reduziu, ainda mais, a capacidade de público nos estádios. A partir de agora, apenas 20% dos lugares poderão ser ocupados, como forma de prevenção ao contágio da covid-19.

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