Pesquisa registra queda de 2,5% do comércio paraense, afirma IBGE

Nacionalmente, o segmento que teve maior retração foi o de material para escritório e de comunicação; em 3,6%

Abílio Dantas/ O Liberal
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Apesar das facilidades de pagamento e outras estratégias utilizadas pelos comerciantes, o comércio no Pará apresentou queda no último levantamento divulgado pela Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), nesta quinta-feira (11). O estudo, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registra que teve queda nas vendas do comércio no mês de setembro, passando de -1,2% em agosto para -2,5% no mês seguinte.

Em comparação com o mesmo período do ano de 2020, a queda permanece em destaque, já que em setembro do respectivo ano a variação era de -1,4% quando comparada ao mês atual. Na variação acumulada do ano, o comércio paraense também teve retração em relação a agosto, passando de 12,5% neste mês para 10,8% em setembro, ficando em sexto lugar na variação do ano de 2021.

Já em caráter nacional, em setembro de 2021, o comércio varejista caiu 1,3% após recuar 4,3% em agosto, na série com ajuste sazonal. Já na série sem ajuste sazonal, o comércio varejista teve queda de 5,5%, após recuar 4,1% em agosto. O varejo acumula 3,8% no ano e 3,9% em 12 meses.

Ainda em âmbito nacional, entre os oito setores brasileiros investigados pela PMC, houve predominância de taxas negativas, atingindo seis das oito atividades pesquisadas: Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-3,6%), Móveis e eletrodomésticos (-3,5%), Combustíveis e lubrificantes (-2,6%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,2%), Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-1,5%) e Tecidos, vestuário e calçados (-1,1%).

Por outro lado, duas atividades apresentaram estabilidade: Livros, jornais, revistas e papelaria (0,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (0,1%). No comércio varejista ampliado, a atividade de Veículos, motos, partes e peças registrou queda de 1,7% entre agosto e setembro, enquanto Material de Construção caiu 1,1%, ambos, respectivamente, após variação de 0,3% e queda de 1,2% registrados em agosto.

Centro comercial

O gerente de uma loja de móveis localizada na rua 13 de Maio, na área comercial do centro de Belém, afirma que o movimento nos meses de setembro e outubro na capital paraense seguiram a tendência de poucas vendas constatada nos meses anteriores. De acordo com Edwaldo Santarém, que completou neste ano cinco anos no cargo, o motivo é "a crise econômica generalizada".

"Todos os dias temos aumento do preço dos combustíveis. Os alimentos estão caros como há muito tempo eu não via. Você vai ao supermercado achando que vai gastar R$ 300 e acaba gastando R$ 500. É natural que as pessoas reservem o salário para comprar comida, não móveis. É o que notamos, mesmo com as facilidades para o pagamento. Aqui nós parcelamos em até 12 vezes, mas em outras lojas aqui do Comércio, como as que vendem aparelhos eletrodomésticos, você consegue parcelar em até 24 vezes. Ainda assim é difícil para muita gente comprar", analisa.

Para o profissional do comércio, no entanto, os dois últimos meses do ano devem apresentar melhorias para o segmento, como é observado em todos os anos. “O pagamento do décimo terceiro salário sempre faz com que as vendas aqueçam. A gente espera que ocorra o mesmo neste ano”, conclui.

Já a gerente de uma loja do setor de vestuário feminino, Regiane Farias de Souza, relata uma experiência diferente da de Edwaldo Santarém. Segundo ela, o auxílio emergencial pago pelo governo federal em 2020 fez com que as vendas do estabelecimento em que trabalha há três anos tivessem aumento de 30% em comparação com 2019. “Foi algo impressionante, pois nos outros setores a gente tem o relato de que houve queda, diferente do que constatamos na nossa loja. E em 2021 conseguimos manter as vendas no mesmo patamar, o que não sei explicar muito bem. Talvez seja porque trabalhamos com moda, com peças sempre atualizadas, e nosso público é formado por pessoas que acompanham as tendências de cada momento”, reflete.

Regiane Souza afirma também que as novas modalidades de comércio estabelecidas durante a pandemia foram incorporadas ao modo de trabalhar da loja, o que pode ter contribuído para que as vendas permanecessem em um bom nível. “Desde que a pandemia começou passamos a trabalhar com a venda pelas redes sociais e o delivery. O Pix também ganhou muita força. Assim, junto com o retorno da venda presencial, as clientes passaram a ter mais opções”, destaca.

A gerente também espera, assim como o funcionário da loja de móveis, que as festas de fim de ano e o pagamento do décimo terceiro salário façam com que os caixas da loja “fiquem ainda mais cheios”. “Nós estamos no dia 11 de novembro ainda. Ainda não podemos dizer que o movimento pegou o ritmo que costuma ter em todo fim de ano. Mas a gente tem fé que mais para o fim do mês, com o pagamento da primeira parcela do décimo, as vendas aqueçam de verdade”.

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