Paraenses adotam redução de gastos; veja as principais dicas para economizar

Especialista descreve o passo a passo de como sair do vermelho

Maycon Marte | Especial para O Liberal
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O levantamento realizado pela consultoria global Bain & Company aponta que 80% dos brasileiros planejam reduzir gastos este ano. Entre os paraenses que decidiram se reeducar financeiramente, algumas das mudanças de hábitos de consumo incluem gastos com delivery e aplicativos de transporte. Segundo o educador financeiro Cleber Albuquerque, antes de agir os consumidores precisam identificar seus ganhos e gastos.

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“Em dois meses dessa reeducação já economizei muito, cerca de 35%”, afirma a autônoma do ramo da comunicação, Alice Cunha. Segundo ela, decidir pela reforma da casa e planejar seu casamento fizeram a profissional repensar seus gastos e focar em equilibrar as contas neste ano. “Quando tomei essa decisão, comecei a rever toda fatura do cartão, botar em uma planilha separada o que eu gastava de essencial, o que era superficial, o que era compulsivo, o que era o famoso ‘eu tô merecendo’, entre outros”, explica.

De acordo com a profissional, interromper as compras compulsivas e trocar os pedidos de comida por cozinhar em casa não só ajudam na sua economia como também influenciam em hábitos de vida mais saudáveis. “Comecei a fazer bastante coisa em casa e percebi até que sou boa na cozinha e isso me ajudou a ter uma relação melhor com hábitos alimentares saudáveis”.

A organização e o controle são os principais aliados nessa nova caminhada. Alice ainda explica como pretende manter a nova rotina de gastos no decorrer do ano. “Cada setor da minha vida tem um teto de gasto, se eu ultrapassar ele, algum outro setor precisa ser reduzido e nunca pode ser o de investimento, e claro, de gastos essenciais”, detalha.

Produtora cultural aprendeu sobre saúde financeira

Após viver um período muito difícil financeiramente e retornar à casa da mãe para reduzir gastos, a produtora cultural Alice Amarante percebeu que precisava de reservas financeiras para futuras emergências. “Primeiro eu comecei a pesquisar onde era o melhor lugar para fazer uma reserva e passei a aprender mais sobre saúde financeira”, conta a profissional sobre a iniciativa de se reorganizar. Ainda ressalta “a importância da educação financeira na educação básica e para as pessoas de baixa renda e a importância de mais programas sociais que se voltem para isso”.

“Quando a gente está muito atolado e precisa se reorganizar tem que ir nos excessos… e depois quando tu começar a se organizar tu direciona dinheiro para isso”. Segundo ela, o lazer, os aplicativos de transporte e as saídas foram os primeiros cortes das despesas. Entre os novos hábitos, a profissional conta que limita o uso dos aplicativos de transporte, anota tudo que gasta e não usa mais o crédito do cartão além do que precisa. Agora com novas perspectivas também afirma que passou a fazer “uma consultoria financeira particular” e aplicar as estratégias que vinha estudando.

Saúde financeira e emocional

A pesquisa também aponta que 57% dos brasileiros indicam as preocupações financeiras como fatores que impactam a sua saúde mental. Para a publicitária, Raíssa Pereira, a reorganização ainda é um desejo, segundo ela, “as coisas estão aumentando e não tem reajuste de salário na empresa que trabalho”. Apesar dos esforços para quitar todas as dívidas atuais, conta que as preocupações com esse cenário afetam seu humor. “É difícil ter que cortar algumas prioridades, sair com os amigos ou fazer algum passeio”.

Raissa ainda aponta “que a preocupação financeira pode atacar mais a ansiedade”, que para ela está principalmente nas incertezas. “Não saber se eu vou conseguir pagar tudo, ou então ficar ali naquele estresse de controlar o dinheiro, querer fazer algo que não dá pra fazer”, são exemplos dos desconfortos dessa situação. Agora a profissional projeta conseguir se restabelecer por volta do segundo semestre e planeja não voltar ao descontrole. “Se eu for passar alguma coisa no crédito, que seja de uma vez e que eu consiga pagar no mês seguinte”.

Passo a passo

O educador financeiro e contador, Cleber Albuquerque, explica quais os itens essenciais para quem deseja equilibrar as despesas e economizar algum dinheiro no final do mês. De acordo com o especialista, contabilizar ganhos, identificar despesas, avaliar necessidades e reconhecer novas rendas são os quatro pilares de uma rotina financeira saudável. O especialista destaca que o importante "não é o valor da aplicação, o que importa é a disciplina de todo mês você começar a poupar alguma coisa”.

1- Reconhecer o orçamento

“É necessário que primeiro se identifique o quanto há disponível de renda”, afirma o especialista. Albuquerque explica que esta primeira etapa deve contabilizar tanto a renda principal quanto os ganhos extras. Segundo ele, essa medida é mais importante porque a pessoa em processo de reorganização “precisa saber o quanto ela tem disponível para montar o seu orçamento do mês”.

2- Identificar os gastos

Seguido dos ganhos, o especialista descreve como o segundo passo, fazer o levantamento de todos os gastos. “É preciso fazer as anotações de tudo que possui desses gastos”, pois para Albuquerque, reconhecer as despesas ajuda a evitar surpresas no orçamento. O educador enfatiza que com “o levantamento da sua renda e das suas despesas você consegue identificar onde está o problema”.

3- Avaliar rendas extras

Segundo o especialista, na terceira etapa da reorganização financeira você deve "começar a visualizar oportunidades de renda extra”. Para ele, observar outras aptidões e habilidades que tragam valor agregado ajuda “para que você possa ter fôlego financeiro”. Ainda destaca sobre a importância desta etapa como o momento em que o consumidor “começa a ter um saldo financeiro positivo”, para além de apenas reduzir as despesas.

4- Começar a investir

Com as despesas equilibradas e um saldo financeiro positivo, Albuquerque afirma que o consumidor está apto a iniciar os investimentos. O educador explica que na última etapa, “o problema não é o valor, o problema é a disciplina”. Segundo ele, este hábito ajuda a criar uma reserva financeira que, “você pode usar ao invés de buscar outras rendas”. Assim o investimento é parte essencial do equilíbrio de gastos, para que as demais rendas não sejam afetadas. “Quando você consegue passar a ter uma educação financeira, você passa a ter outras alternativas como criar uma reserva de emergência para alguma doença, algum gasto que não estava previsto no orçamento”.

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