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Papai Noel dispensa o trenó e vai de moto em Belém

Natal significa oportunidade de faturamento, troca de experiências, mas também renúncias

Sérgio Chêne / O Liberal
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A imagem de Papai Noel está associada ao velhinho que visita de trenó as famílias distribuindo presentes. Mas, na realidade do mercado de trabalho, o mitológico veículo puxado por renas pode dar lugar a uma motocicleta. A agilidade é fundamental em uma época de grande aquecimento para esses profissionais, que, com os ganhos de dezembro, equilibram as contas e fazem um “décimo terceiro”.

Há 26 anos, Vinícius de Jesus, 48, atua como Papai Noel e pelo tempo de atividade buscou ampliar os negócios, empenha-se para garantir os ganhos da família. Hoje, ele aluga fantasias do bom velhinho, tem tido uma boa agenda de eventos e oferece treinamento a outros profissionais que buscam também oportunidades de fazer uma renda extra com as festas de final de ano. O empresário estabelecido no Parque Verde, em Belém, tem uma intensa atuação durante o período natalino, mas buscou alternativas de alegrar fora e dentro de casa.

Ele se desdobrou para dar conta aos pedidos de empresas, escolas, shoppings centers, lojas, condomínios e confraternizações de famílias. “Na noite de Natal tem a visita do Papai Noel. Eu tenho várias entregas de presentes. A pessoa liga e agenda. Tenho entrega das sete horas da noite até uma da manhã. Esse trabalho é como se fosse meu décimo”, disse o empreendedor que utiliza uma moto durante sua atividade.

O sacrifício de se manter distante de casa na noite do dia 25 de dezembro tem recompensas e bons argumentos que já caíram no lugar comum à esposa Marcilena e à filha Alexandra, de 16 anos. “Já são anos atuando, assim minha família se acostumou, e acabamos por fazer uma boa ceia no réveillon com o bom dinheiro que recebo. Podemos reforçar a nossa festa do dia 31”, garante.

Família

Sobre estar distante da família durante o Natal, o publicitário Bruno Torres, 31, que é dono de uma empresa de eventos e atua também como Papai Noel em variadas programações, diz priorizar o trabalho, mas sem esquecer a importância dos pais e da família de forma geral. “Para mim isso não é um problema. Eu não tenho filhos, sou solteiro, moro com os meus pais, ainda, eles me apoiam muito, me ajudam muito. No dia do Natal, praticamente eu não vou ceiar com a minha família, pois nós temos dois eventos, duas visitações no mesmo dia, dia 24, e ainda tem de manhã cedo no dia 25. Ou seja, a gente não pode dormir muito tarde”, assegura.

“Eu concilio o meu trabalho dando prioridade às coisas. Eu não tenho problema, nenhum problema em sair de casa e deixar a minha família. Agora se tivesse filho, uma criança, eu teria que colocar alguém para cuidar, disse ainda Bruno, que atua como ator, e mora na Cidade Nova 6. Bruno tem experiência artística e em 2005 atuou como Papai Noel pela primeira vez. Ele tinha apenas 16 anos quando atuou em um residencial. O artista lembra que durante a pandemia, em 2020, atuou mais nas programações de shoppings centers, e neste ano desenvolveu trabalhos com musicais, mas também em eventos de grandes empresas e lojas comerciais.

Para demonstrar muito do sentimento que move o período natalino, o também produtor artístico aponta um exemplo. “O mais importante nos pedidos apresentados em cartas que recebemos é que, não coloquem na frente, como prioridade o presente em si, e que a importância do Natal, não seja somente do Papai Noel, mas sim o afeto, o amor e a família”, reflete o também produtor artístico.

Barba de verdade

Da Marambaia vem o exemplo solidário de Renan Almeida, 30. Dono de hamburgueria, ele espera sete meses até a barba crescer e assim se caracterizar.

É o terceiro ano que atua em ações solidárias no bairro onde mora. “Me sinto feliz em poder levar um pouco do espírito natalino a crianças. É muito gratificante assumir a função de Papai Noel. É um período que une a família. Todo mundo dá um jeitinho de ajudar um pouco”, disse. Quanto à atenção familiar, ele justifica. “Sempre procuro estar em casa antes das 23h pra dar atenção principalmente para minhas crianças. Tenho um menino de 5 anos e uma menina de 11 anos”. Renan entrega doces e brinquedos a moradores do canal Água Cristal. Faz isso com a ajuda de familiares e amigos.

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