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Óleo, arroz e feijão pesaram na cesta básica paraense em janeiro, diz Dieese

Pesquisa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos revelou que a maioria dos itens subiu de preço entre dezembro e janeiro. Leite foi o que teve maior queda: -6,53%.

Gabriel da Mota

O preço do arroz e do feijão subiu mais de 15% entre dezembro e janeiro, na capital paraense. Os dados foram divulgados pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Pará nesta terça-feira (06), e mostram que o óleo foi o que teve maior reajuste na cesta básica: quase 20%. Consumidoras que faziam compras em um supermercado no bairro da Cremação, na manhã de hoje, avaliam que não há alternativa para contornar a subida nos preços de itens indispensáveis: o jeito é desembolsar mais.  

A pesquisa do Dieese/PA avaliou a variação mensal de preços dos 12 produtos da cesta básica, considerando o último mês do ano passado e o primeiro deste ano. Em Belém, a aquisição desses alimentos custou cerca de R$ 656,78 (alta de 1,76% em relação a dezembro), comprometendo mais da metade do novo salário mínimo, que foi reajustado para R$ 1.412 no dia 1º de janeiro. Para uma família de dois adultos e duas crianças, seria necessário gastar R$ 1.970,34 (aproximadamente 1,3 salários mínimos) somente com alimentação.

Na prática, o preço médio do óleo de soja ficou em R$ 8,30 (19,77% mais caro). O quilo do feijão custou aproximadamente R$ 7,87 (alta de 17,81%); e o do arroz ficou em R$ 7,11 (alta 15,24%). Além desses itens, o tomate (que subiu 2,34%) e a carne bovina (que está 1,67% mais cara) lideram a lista que produtos que encareceram em Belém, no último mês. Os únicos que ficaram mais em conta, segundo o departamento intersindical, foram: leite (-6,53%), manteiga (-4,85%) e açúcar (-0,16%). 

Na variação em 12 meses (janeiro de 2023 a janeiro de 2024), o arroz acumulou reajuste de 26,74% em Belém; seguido da farinha de mandioca (+12,96%), açúcar (+8,56%), banana (+2,92%), pão (2,89%), tomate (+1,91%) e leite (+1,08%). Os três primeiros itens subiram bem mais do que a inflação no período, estimada em 3,80%.  

Consumidoras belenenses avaliam alta de preços

A autônoma Cristiane Lima, 28 anos, faz compras semanalmente em supermercados de Belém. A variação constante de preços dos produtos da cesta básica faz com que a consumidora prefira não se ater aos reais a mais que gasta: “Às vezes eu nem olho. Porque eu vou ter que levar sempre e às vezes eu acabo não olhando”, revela. 

image A autônoma Cristiane Lima (28 anos) verificava o preço do feijão em um supermercado de Belém, na manhã desta terça-feira (06) (Foto: Marx Vasconcelos | Especial para O Liberal)

“A gente vê o preço que tá alto, mas tem que levar. Faz parte do nosso dia a dia, o feijão e o arroz são o alimento principal de nossas mesas”, diz Cristiane, que adquire os produtos básicos independentemente do preço. “Você não pode, tipo, levar o arroz e deixar o feijão. Ou levar o feijão e o arroz, e deixar o óleo. Você tem que levar o conjunto, né? Então não tem jeito. A gente tem que levar”, opina.

A dona de casa Leila Cunha, 47 anos, também percebeu a subida de preços. “Todo mundo tá percebendo, mas a gente tem que comprar. Algumas coisas ficaram no mesmo valor, mas o arroz é o que mais subiu e é o que mais se compra, porque a gente gasta mais, até mais do que o feijão”, informou. A consumidora utiliza a estratégia de substituição dos carboidratos: “Não deixo de comprar, mas aí a gente já faz uma vez ou outra. Já faz só o macarrão, entendeu?”, explica. 

image A dona de casa Leila Cunha (47 anos) substitui o arroz pelo macarrão, quando busca economizar (Foto: Marx Vasconcelos | Especial para O Liberal)

Com relação ao leite, que barateou 6,53% no último mês, a consumidora observa a queda de preço nos pacotes de um quilo que costuma adquirir. “O leite chegou a custar R$ 40, e hoje em dia tá R$ 27. Melhorou muito de preço”, avalia Leila.

Variação da cesta básica em Belém, em janeiro/2024 e nos últimos 12 meses:

  • Carne: 1,67% (mensal) | -3,23% (anual)
  • Leite: -6,53% (mensal) | 1,08% (anual)
  • Feijão: 17,81% (mensal) | -18,19% (anual)
  • Arroz: 15,24% (mensal) | 26,74% (anual) 
  • Farinha: 0,67% (mensal) | 12,96% (anual) 
  • Tomate: 2,34% (mensal) | 1,91% (anual)
  • Pão: 0,26% (mensal) | 2,89% (anual)
  • Café: 0,20% (mensal) | -0,82% (anual)
  • Açúcar: -0,16% (mensal) | 8,56% (anual)
  • Óleo: 19,77% (mensal) | -17,82% (anual)
  • Manteiga: -4,85% (mensal) | -0,87% (anual)
  • Banana: 0,44% (mensal) | 2,92% (anual)
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