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Número de empresas abertas no Pará cai no primeiro semestre de 2022

Já o número de empresas fechadas subiu 36,1% na comparação com o mesmo período do ano passado

O Liberal
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O número de empresas abertas no Pará no primeiro semestre de 2022 chegou a 43.678, segundo os dados do Painel Mapa de Empresas, do Governo Federal. O número é 9,4% menor do que o registrado no mesmo período de 2021, quando 48.239 empresas foram abertas em território paraense.

O número é maior do que a média nacional, que regrediu 2,6% entre os primeiros semestres de 2021 e 2022. Já o número de empresas que fecharam entre janeiro e junho de 2022 foi de 14.925, 36,1% maior do que o número de empresas com atividades encerradas no primeiro semestre de 2021. No Brasil, 830.887 empresas já fecharam em 2022, uma alta de 25,3% em relação ao primeiro semestre de 2021.

Na opinião da consultora de planejamento estratégico empresarial, Elaine Cardoso, os números refletem a dureza da crise econômica que o país atravessa, especialmente por conta dos altos índices de inflação, que voltaram aos dois dígitos após anos de estabilidade.

Cardoso acredita, inclusive, que o número de empresas que pararam de funcionar é maior do que o declarado, pois muitos empreendimentos acabam não realizando todos os trâmites de encerramento da empresa, por questões burocráticas e financeiras.

"A inflação regional, no Norte, é uma das mais altas do país. Tem uma questão da cadeia, de aumento do combustível. E uma vez que se aumenta um preço, não se volta depois ao preço original. Então muitas empresas não estão abrindo por falta de coragem e capital. E os bancos estão em modo de recessão. Antigamente, era muito fácil a abertura de crédito. Hoje, os incentivos para o acesso ao dinheiro ficaram cada vez mais difícil. Pouquíssimas pessoas tem dinheiro guardado para abrir uma empresa. Não existe mais aquela facilidade da tomada de crédito", avalia. 

Segundo Elaine, o momento tem sido próspero para empresas no ramo de alimentação e medicamentos. Ela também nota um horizonte positivo para os ramos de bem estar, cuidados pessoais e academias. A expectativa tende a ser de melhora no segundo semestre, devido a um acúmulo de datas comemorativas.

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Edivaldo Caldas foi um dos paraenses que fechou uma empresa em 2022. Ele tinha uma loja de materiais de construção em Tucuruí, sudeste do estado, que foi aberta com o dinheiro da rescisão do último emprego dele, no valor de R$30 mil.

Para ele, todo o processo de entender que a iniciativa não deu certo ainda está sendo difícil, mas ele espera poder retomar o sonho no futuro, quando estiver mais bem estruturado financeiramente.

"A gente sempre fica na expectativa positiva. A gente imagina sempre que todo grande empresário já quebrou um dia. Mas está sendo muito difícil para mim olhar tudo e se desfazer. Vender as prateleiras, produtos, ver o ponto fechado com a fachada vazia. Dói demais", lamenta. 

Ele conta que a empresa dele provavelmente teria sobrevivido com um pouco mais de ajuda das instituições financeiras. Na opinião do empresário, está cada vez mais difícil conseguir empréstimos e as exigências dos bancos são cada vez maiores.

"Com menos de um ano de CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) você não consegue nada. Na hora que eu mais precisei, me vi sem apoio. Um tinha juros muito bons, mas pediu quatro avalistas. Fico constrangido, pois se eu falir, outros teriam que assumir a dívida. Eu comprei tudo a vista. as empresas distribuidoras eles vão te dando crédito, te dando esperança, mas me enganei. O dinheiro não começou a girar. Na compra do cimento, por exemplo, te dão somente sete dias para pagar", afirma.

A dica de Edivaldo é sempre ter um dinheiro de reserva, seja para usar em capital de giro ou até mesmo em emergências. Segundo ele, não adianta esperar o mercado reagir ou confiar que tudo vai melhorar.

"Sem isso, você vai terminar igual eu, frustrado. Agora é enxugar as lágrimas. Eu não vou parar. Vou economizar, capitalizar e vou abrir o mesmo negócio, pois é o que eu entendo. Agora é economizar e alinhar financeiramente tudo para depois investir. Quando eu tiver um capital seguro, vou voltar ao mercado com uma experiência que será bem sucedida", garante.

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