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Novo aumento de 4,85% no preço da gasolina preocupa consumidores em Belém

Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Pará diz que não há como prever quando o reajuste chega às bombas nos postos de gasolina

Natália Mello
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O novo reajuste de 4,85% no preço da gasolina e de 8,08% no Diesel para as distribuidoras, autorizado para valer a partir desta quarta-feira (12) pela Petrobrás, preocupa motoristas em Belém. A empresa afirma que o valor não sofre alta há 77 dias, desde 26 de outubro do ano passado, e o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese/PA) confirma que a última alteração ocorreu no último dia 14 de dezembro, quando o custo baixou 3,13% (na refinaria). O Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis do Pará (SindiCombustíveis) afirma que, por hora, não há como prever quando esse aumento chegará às bombas nos postos, nem de quanto será efetivamente a correção.

Com a decisão de hoje, o preço médio de venda da gasolina da Petrobrás para as distribuidoras passará de R$ 3,09 para R$ 3,24 por litro. A parcela no preço ao consumidor passará de R$ 2,26, em média, para R$ 2,37 a cada litro vendido na bomba, uma variação de R$ 0,11 por litro. A alta acumulada de janeiro a dezembro de 2021, segundo o Dieese, alcançou 61%. Sobre o preço cobrado nos postos da capital, o balanço revela que o prédio médio cobrado pela gasolina foi de, em média, R$ 6,652, com o menor preço a R$ 6,570 e o maior a R$ 6,799.

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Quanto ao Diesel, as pesquisas do Dieese lembram que a última alteração no preço da refinaria, autorizada pela Petrobrás, ocorreu no dia 25 de outubro, com aumento de 9,15%, e a alta acumulada dos 12 meses ficou em 65%. O preço do combustível comercializado na capital, até o último dia 8, foi de, em média, R$ 5,77, com o menor preço a R$ 5,59 e o maior a R$ 5,99.

De acordo com o advogado do Sindicombustíveis, Pietro Gasparetto, a elevação nos preços diz respeito ao combustível puro, na refinaria, que não é o mesmo vendido nos postos. “O combustível da refinaria é vendido para as distribuidoras, que adicionam os biocombustíveis e depois vendem aos postos. Os postos atuam no último elo da cadeia, portanto, dependem do preço praticado por essas para formar seu preço de venda aos consumidores”, explica.

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Ainda segundo Gasparetto, não há política de precificação nos postos, e cada empresa é livre para praticar o preço de acordo com a sua realidade, mas lembra que dois fatores têm peso fundamental sobre o preço que os motoristas pagam. “Preço na refinaria e impostos, somados, representam mais de 70% do valor da gasolina. Tudo depende, primeiro, do preço na refinaria e esse, por sua vez, depende de uma commodity: o Petróleo. Ele é comercializado no mercado mundial, com cotação diária em dólar. Por isso, se o dólar subir, seu preço sobe. O mesmo ocorre quando o preço da commodity sobe”, detalha.

O especialista reforça que os impostos são os maiores geradores de receita aos Estados e que, atualmente, 28,5% da arrecadação de ICMS pelo Pará vem do comércio de combustíveis, dentre todos os setores da economia.

A advogada Daniela Catunda lembra, em 2018, que enchia o tanque com R$ 150 e rodava o mês inteiro. “O meu trajeto era ir para o estágio de manhã, voltar para casa, ir para o Cesupa de tarde, ir treinar e voltar pra casa. No início do ano passado, eu já passei a precisar botar cerca de 60 reais por semana ou mais, sendo que eu saía de casa, ia para o escritório, passava o dia inteiro lá, ia treinar e casa de novo, e tudo muito perto”, detalha, sobre o aumento nos gastos, que chegou a 70%.

Atualmente, ela e o namorado, Leandro, com quem compartilha o carro, colocam de R$ 100 a R$ 115 por semana, mesmo trafegando ainda somente pelo centro de Belém. “Fomos para Salinas início de novembro de 2019 e colocamos R$ 180 reais para encher o tanque. A gasolina deu para ir, rodar lá e voltar para Belém. A última vez que fomos em julho do ano passado, já passou para 380 reais, complicado”, reclama Leandro.

Também advogado, Jorge Victor Pina conta que, até o início de 2021, a programação financeira mensal contava com R$ 350 reais para a despesa com combustível. “Geralmente enchia o tanque do carro no início do mês, com menos de 200 reais, e na segunda metade do mês, completava com mais 100 ou 150 reais. Hoje, gasto 300 reais ou mais para encher o tanque do carro. E mensalmente gasto cerca de 550 a 600 reais, quando não preciso pegar a estrada, indo de casa para o trabalho, que não é longe”, contabiliza.

O jovem de 34 anos afirma que, também no ano passado, passou a deixar de aceitar audiências em outros municípios porque, ao colocar na ponta do lápis, não compensava financeiramente. “Me ligaram para me contratar para fazer duas audiência no interior e não aceitei, porque o custo com a gasolina não valeria a pena. Teria que aumentar muito o valor que eu cobraria e o cliente, humilde, não poderia pagar. Então sugeri que ele procurasse um advogado na cidade dele”, finalizou.

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