Missão brasileira encerra participação no Salon du Chocolat com aprendizados e novas conexões
Participação paraense foi marcada por uma programação intensa, que combinou negócios, intercâmbio técnico e promoção institucional.
                            O Salon du Chocolat 2025 deixou para a delegação brasileira um legado de aprendizados, conexões e oportunidades para os participantes paraenses em Paris. Encerrando as programações neste domingo (2), o evento reuniu os principais nomes do setor e colocou o cacau de origem e a bioeconomia brasileira em evidência, reforçando o protagonismo do país, em especial do Pará, que se consolida como uma das regiões mais promissoras do mundo na produção de cacau sustentável e de alta qualidade.
A participação paraense foi marcada por uma programação intensa, que combinou negócios, intercâmbio técnico e promoção institucional. A missão brasileira, organizada pela MVU Empreendimentos, responsável também pelo Chocolat Festival no Brasil e no exterior, com apoio da Sedap, FAEPA, SEBRAE, CEPLAC e FIEPA.
Produtores e chocolateiros de várias regiões do Estado puderam vivenciar experiências únicas, como a visita à fábrica de chocolates de Alain Ducasse, ícone da alta gastronomia francesa.
Guiados pelo chef de produção Marcelo Mabilia, os participantes acompanharam de perto o processo artesanal que transforma a amêndoa em um dos chocolates mais prestigiados de Paris.
“O nível de exigência aqui é altíssimo. A França tem leis muito rigorosas e valoriza a rastreabilidade dos produtos. Isso mostra o quanto a qualidade e a sustentabilidade são caminhos sem volta para quem quer competir nesse mercado”, explicou Mabilia.
Além da imersão produtiva, o grupo também percorreu alguns dos endereços mais emblemáticos do chocolate parisiense, como Plaq Chocolat, Patrick Roger, Chapon, Épicerie de Paris e Dengo, esta última, uma marca brasileira que vem conquistando espaço e reconhecimento na capital francesa. As visitas permitiram compreender como as marcas se comunicam com o consumidor por meio da estética, do design e da narrativa, fatores determinantes no valor percebido do produto.
“Cada loja tem uma identidade muito clara e um propósito forte. É inspirador ver como o público valoriza a origem, a história e o impacto social por trás de cada barra”, comentou Márcia Nóbrega, produtora e empreendedora paraense do setor cacaueiro.
Com o encerramento do evento, o sentimento que prevalece entre os brasileiros é o de orgulho e motivação. A presença do país no Salon du Chocolat reafirma o papel do Brasil como potência em cacau de origem e como exemplo de como a bioeconomia pode gerar valor, desenvolvimento e reconhecimento internacional.
O Pará, em especial, desponta como vitrine de um modelo produtivo que alia tecnologia, conservação ambiental e inclusão social, elementos que dialogam diretamente com o que o mercado global mais busca como produtos sustentáveis, rastreáveis e com propósito.
O encerramento da missão marca não apenas o fim de uma agenda, mas o início de uma nova etapa para os produtores, que retornam ao Brasil com um repertório ampliado e a convicção de que o cacau brasileiro tem espaço garantido nas prateleiras mais exigentes do mundo.
“Estar aqui foi mais do que representar o nosso produto. Foi representar uma história de trabalho, de território e de transformação. Voltamos para casa com o sentimento de que o melhor ainda está por vir”, sintetizou o produtor de amêndoas de cacau do município de Rurópolis, no Pará, Carlinhos Simões.
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