Maniva e tucupi tiveram aumento nas vendas em 2018, diz pesquisa

Mas alguns feirantes reclamam de lucro concentrado nas mãos de poucos

Redação Integrada ORM

Uma pesquisa do Instituto Ver-o-Peso aponta que houve aumento das vendas de maniva e tucupi na semana que antecedeu o Círio deste ano em comparação com o mesmo período de 2017. O levantamento é feito anualmente para acompanhar o comportamento do mercado numa época de intensa venda de produtos típicos. E numa época em que os orçamentos estão apertados nas famílias paraenses, os preços se mantiveram para conseguir manter as vendas. Resultados não tão bons para quem trabalha com outros produtos que não os típicos da Festa de Nazaré.

No complexo do Ver-o-Peso há 40 vendedores de tucupi. Em média, cada um deles, segundo a pesquisa, vendeu 6 mil litros a R$ 2. O total foi de 240 mil litros, 10% a mais do que no ano passado. Já a maniva tem 26 feirantes. Cada um, em média, vendeu 28 mil quilos, a R$ 3. O total foi de 728 mil quilos do principal ingrediente da maniçoba, também representando 10% a mais do que no Círio 2017.

A pesquisa também apontou que os 38 vendedores de jambu venderam 1,2 mil maços da erva cada, custando R$ 1. O preço, aponta Mário Lima, presidente do Instituto Ver-o-Peso, caiu R$ 0,50. Foram 45,6 mil maços. Os nove vendedores de misturada de carnes para a maniçoba venderam 1,2 mil quilos cada, num preço médio de R$ 20 por quilo, somando 10,8 mil quilos. Só dois feirantes trabalham com pato e cada um vendeu mil unidades a R$ 60 cada.

Apesar de a pesquisa indicar aumento das vendas, na feira, alguns feirantes acreditam que os lucros ficaram concentrados nas mãos de poucos feirantes. Para trabalhadores como dona Elza Paiva, do setor de tucupi, nunca foi tão difícil escoar a mercadoria comprada para o Círio. "Estava com 3 mil litros e vendi um pouco mais da metade. Nunca sobrou tanto.

Mas pelo pouco ou pelo muito, a gente agradece o que tem", disse.Wagner Rodrigues é do setor de maniva. Diz que era acostumado a trabalhar com 8 mil quilos de maniva para o Círio. Neste ano foram 5 mil quilos e ainda está vendendo os 600 quilos restantes. "É a crise apertando e hoje em dia não está fácil. Acho que a expectativa para o ano que vem é de vendas mais fracas. Competir com os supermercados é difícil. Vendem maniva de baixa qualidade, mas muito barata.. Pessoal vai pelo preço", analisou.

Mário Lima ressalta que os bons resultados apontados na pesquisa deste ano reafirmam que, mesmo em períodos de crise econômica, o paraense não economiza para fazer o almoço tradicional do Círio.

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