Isenção do IR: Pará é o terceiro estado com menor número de trabalhadores beneficiados no Brasil

Norte tem a menor cobertura do Brasil: apenas 4,4% da população será favorecida

O Liberal
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Quanto vou ganhar a mais? Já vale para 2026? Essas e outras perguntas têm sido feitas por grupos de trabalhadores, desde que a Câmara dos Deputados aprovou, na quarta-feira (1º), a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que recebem até R$ 5 mil por mês. O texto ainda precisa passar pelo Senado e de sanção presidencial, mas as expectativas são enormes entre quem recebe no teto da faixa salarial contemplada.

Quando sancionada, a lei vai gerar dinheiro extra na conta dos trabalhadores e isso deve contribuir para aquecer a economia. As regiões Sul e Sudeste do Brasil concentram mais da metade dos beneficiários, com destaque para São Paulo (5 milhões), Minas Gerais (1,6 milhão) e Paraná (1,1 milhão), segundo levantamento estatístico de um portal nacional com base em dados da Secretaria de Comunicação da Presidência e do IBGE.

Pará

A região Norte tem a menor cobertura do país: apenas 4,4% da população regional será impactada positivamente pela nova política fiscal. O Pará é o terceiro no ranking dos estados, na região, com menor número de contribuintes, cerca de 224 mil pessoas incluídas na faixa de isenção e outras 106 mil com desconto adicional, somando aproximadamente 330 mil contribuintes contemplados — o equivalente a 3,8% da população.

O desempenho do Pará fica à frente apenas do Maranhão (299 mil beneficiados) e do Piauí (252 mil). Os dados revelam a baixa participação paraense no bolo nacional de 15,9 milhões de brasileiros alcançados pela medida, que corresponde a 7,5% da população.

A disparidade regional reforça desafios estruturais: os estados da Amazônia Legal, que têm renda média mais baixa e maior informalidade no trabalho, seguem menos alcançados por medidas de alívio tributário voltadas a contribuintes formais.

Para o economista, com atuação em Belém, Nélio Bordalo Filho, “a isenção para quem ganha até 5 mil reais mensais é interessante para o trabalhador, pois no conjunto geral, acredito que esse projeto é bastante vantajoso para o trabalhador. Ele tende a gerar benefícios concretos, com maior renda líquida mensal, que pode impactar na qualidade de vida de muitas famílias”, disse.

"Por outro lado, temos os pontos negativos, e cito dois: custo fiscal elevado, pois haverá um custo significativo para os cofres públicos. Estimativas falam de algo como R$ 25 a 30 bilhões por ano de renúncia fiscal só para a União. Isso interfere diretamente no orçamento, podendo prejudicar investimentos públicos, saúde, educação e infraestrutura se não houver compensação”, ressaltou.

Aumento do consumo das famílias

Sobre o impacto dessa medida na economia, Bordalo destacou o aumento do consumo das famílias. “se as pessoas que hoje pagam IR deixarem de pagar, automaticamente terão mais renda disponível, ou seja, mais “dinheiro no bolso”. Parte desse valor tende a ser consumido, com bens de pequena monta, serviços, e principalmente alimentação. Esse consumo adicional estimula empresas que vendem a varejo, comércio local, serviços de modo geral”.

O economista chamou a atenção para o fato do gasto adicional gerar efeito multiplicador. “Quem produz bens ou serviços terá aumento de demanda, precisará comprar matérias-primas ou insumos, o que movimenta cadeias de fornecedores. Esse efeito cascata gera mais atividade econômica além do mero gasto direto das famílias brasileiras que serão beneficiadas com a isenção do imposto de renda”.

“Em alguns casos, pode haver maior estímulo para que pessoas busquem empregos formais ou melhores salários, se perceberem que pagar IR “vale mais” , pois se passarem do limite, teriam que pagar. Também pode haver incentivo a negociar salários ou benefícios de modo mais eficiente”.

Riscos e limites da isenção

Bordalo enfatiza que há também o impacto fiscal. “O governo deixa de arrecadar, e se não houver compensações bem calibradas, pode haver desequilíbrios fiscais, risco de aumento de déficit público, ou necessidade de cortes em gastos ou aumento de tributos em outras áreas. Já há alertas de que essa desoneração pode gerar “impacto fiscal negativo” se não for bem compensada”.

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Economia
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