Intenção de obras cresce no Norte e COP 30 impulsiona reformas e construções em Belém

Com 34%, o Norte lidera o aumento da intenção de obras no país, que teve alta de 16,67% em setembro

Eva Pires | Especial para O Liberal
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A movimentação de andaimes, tintas e sacos de cimento virou cena comum em Belém nas últimas semanas. Lojistas e consumidores confirmam: com 34%, o Norte lidera o aumento da intenção de obras no país, que teve alta de 16,67% em setembro, segundo pesquisa da Juntos Somos Mais. No Pará, a COP 30 tem sido um empurrão a mais — entre reformas para hospedagem e melhorias de última hora, a cidade virou um grande canteiro de ajustes.

O levantamento aponta ainda que 22% dos brasileiros têm uma obra planejada e 9% já estão com reformas em andamento. De acordo com o empresário Cláudio Batista, dono de uma loja de materiais de construção em Belém, o aumento da demanda foi nítido.

“De setembro para cá, a gente percebeu um crescimento de cerca de 17% nas vendas, especialmente em produtos de acabamento. Muita gente correu para ajustar a casa para o Círio e também por causa da COP 30”, afirma.

Segundo ele, os itens mais procurados são tintas, pisos vinílicos e materiais de obra rápida, além de produtos de decoração e móveis. “A COP ajudou bastante nesse volume, tem gente reformando para receber parentes, transformar o espaço em hospedagem ou apenas aproveitar o momento para valorizar o imóvel”, completa.

Preços em alta, mas otimismo no mercado

Com o aumento da procura, os preços também subiram em várias categorias. Cláudio explica que os reajustes variaram conforme o tipo de produto:

Esquadrias, portas e janelas: aumento de cerca de 20%;

Tintas: reajuste de 10%;

Cimento e telhas: alta de 6% a 7%;

Porcelanato e cerâmica: preços estáveis em relação ao ano passado.

Apesar dos aumentos, o empresário mantém otimismo: “Comparado com o mesmo período do ano passado, crescemos 14%. É um resultado abaixo do que esperávamos, mas ainda assim bom diante de um ano de incertezas”.

A loja já se prepara para o período de maior movimento, impulsionado pela Black Friday e pelas compras de fim de ano.

“A gente aposta muito em novembro. Sempre trazemos produtos de maior apelo para atrair o consumidor, como tintas, televisores e porcelanatos promocionais. Muita gente espera por essas ofertas para começar ou finalizar a obra”, comenta Cláudio.

Consumidores entre ajustes e sonhos

image Tony Rojjas (Foto: Thiagio Gomes | O Liberal)

Tony Rojas, 30 anos, está entre os que aproveitaram o momento para reformar.

“Vim atrás de tinta para o meu quarto. Queria deixar o ambiente mais bonito e, pesquisando, ainda dá para encontrar preço bom. Subiu um pouco, mas dá para seguir o orçamento”, diz ele, enquanto escolhe entre tons de azul e bege.

Já a agricultora Ariane Silva, 28, está construindo a casa própria do zero. “Vim comprar lajota e material de banheiro. Os preços estão razoáveis, mas dá para manter o orçamento. Acho que termino a obra no ano que vem”, afirma.

Consumidor brasileiro retoma planejamento, mas permanece cauteloso

Ainda de acordo com o estudo da Juntos Somas Mais, 22% dos brasileiros têm uma obra planejada, enquanto 9% já estão com reformas em andamento. Entre aqueles que manifestam intenção, 44% pretendem iniciar obras nos próximos seis meses, e 31% projetam executar algum tipo de intervenção em até um ano. Tais dados indicam um consumidor que volta a planejar, mas ainda preserva cautela quanto ao momento de execução, analisando fatores como orçamento, preços de materiais e estabilidade financeira.

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